Safra de arroz de SC é afetada pelo clima, mas produtor deve lucrar pelo preço da saca

Expectativa é colher 1,18 milhão de toneladas do grão.

Santa Catarina é o segundo maior produtor de arroz do país e concentra 10% de toda a produção nacional. A colheita está terminando e, mesmo com perdas, o produtor não deve ficar no prejuízo.

Os municípios do Sul são os maiores produtores do Estado, com 67% de toda a produção. O produtor rural Douglas Cora, planta e colhe arroz há 15 anos. Ele e a família têm uma propriedade em Nova Veneza, no Sul catarinense, com 150 hectares do grão plantado. Para este ano, a expectativa do produtor é colher de 5% a 10% a menos que no ano passado.

"O preço está bom, a procura está grande das indústrias e acredito que vai continuar assim no restante do ano", disse.

Santa Catarina espera colher 1,18 milhão de toneladas de arroz nesta safra em 7,9 mil hectares plantados. A produção é menor que a do ano anterior por causa das mudanças no clima.

"Nós tivemos no início da implantação das lavouras nos meses de outubro e parte de novembro que foram meses de estiagem. Já as lavouras que foram semeadas um pouco mais tarde, nós tivemos problemas maiores a partir do dia 10 de janeiro quando começou a chover todos os dias. Esse excesso de chuva favoreceu o aparecimento de algumas doenças e algumas manchas de grãos", explica o coordenador estadual do programa grãos da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Donato Lucietti.

No entanto, o preço da saca de 50 quilos tem animado os produtores. Há três temporadas, o valor da venda não cobria nem o custo de produção.

"A partir do mês de setembro e outubro, o preço do arroz foi aumentando e no momento agora o pessoal está comercializando no Sul do estado em torno de R$ 90 a R$ 92", afirma Lucietti.

O centro de estudos socioeconômicos da Epagri estima que o custo de produção esteja em R$ 60, ou seja, os produtores conseguem ter um lucro de até R$ 30 por saca.