Safra gaúcha avança, preços caem, e estimativa é de colher 8,23 milhões de toneladas de arroz

 Safra gaúcha avança, preços caem, e estimativa é de colher 8,23 milhões de toneladas de arroz

(Por Ascar/Emater-RS) A ocorrência de precipitações significativas nas zonas orizícolas proporcionou estabilização hídrica momentânea nas lavouras de arroz gaúchas, mitigando as preocupações quanto ao risco de déficit de água para irrigação. Embora não se observe incremento expressivo na vazão dos mananciais, verifica-se a manutenção dos níveis de descarga e recarga parcial de reservatórios e de corpos hídricos superficiais (rios e riachos), segundo relatório semanal de acompanhamento da safra de verão da Ascar/Emater-RS.

O cenário fenológico atual da cultura se mantém dentro da normalidade, e as lavouras exibem adequado estado fitossanitário e equilíbrio nutricional. Contudo, a onda de calor prolongado pode ter induzido o abortamento fisiológico de grãos em plantas de parcelas mais tardias. A colheita avançou para todas as regiões do Estado, embora ainda esteja limitada pela necessidade de conclusão do ciclo fenológico. A operação deve se acelerar em meados de março.

Os índices de produtividade das lavouras em colheita permanecem dentro de parâmetros satisfatórios. Porém, foi observada uma redução na qualidade dos grãos: o índice de grãos inteiros está abaixo de 55% (padrão comercial) em algumas lavouras a Oeste. Essa perda de qualidade está relacionada ao regime térmico elevado e à exposição prolongada das panículas à intensa radiação solar durante a fase de maturação fisiológica, o que pode ocasionar fissuras tegumentares e quebra mecânica durante o beneficiamento.

Segundo o Instituto Rio Grandense de Arroz (IRGA), a área efetivamente plantada é de 970.194 hectares. A Emater/RS-Ascar estima produtividade inicial de 8.478 kg/ha. A projeção é de que a colheita alcance 8,23 milhões de toneladas de arroz em casca.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, em Uruguaiana, a colheita acelerou, e a produtividade e qualidade do produto satisfazem os orizicultores. Em São Borja, os rendimentos nas áreas em colheita estão apropriados, mas há preocupação com a qualidade, em razão da proporção de grãos inteiros inferiores a 55%.

Na Região de Pelotas, as atividades de colheita iniciaram em Turuçu do Sul, Arroio Grande e São Lourenço do Sul. Estão 55% das lavouras na fase de enchimento de grãos; em floração 8%; em fase de maturação, 36%. A colheita encontra-se em estágio inicial, abrangendo 1% da área implantada.

Na regional da Emater de Santa Maria, as chuvas de fevereiro foram essenciais para garantir a irrigação adequada, permitindo o enchimento dos talhões e a recuperação dos níveis dos cursos d’água e reservatórios. A colheita avançou rapidamente e supera 10% do total cultivado. Em Cachoeira do Sul, que possui a maior área de arroz (23.640 hectares), 12% foram colhidos, e a produtividade está estimada em torno de 7 mil kg/ha. Em Jaguari, 30% foram colhidos, e a produtividade está em 9 mil kg/ha, superando a estimativa inicial. Em alguns municípios, como em Cacequi e Restinga Sêca, há queda na produtividade.

Enquanto isso, na Região de Soledade, a colheita está em fase inicial. Atualmente, 40% das lavouras encontram-se em fase de enchimento de grãos, 8% em fase de maturação, e 2% colhidos.

Comercialização

O valor médio da saca de 50 quilos de arroz em casca (58×10), de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu 5,02%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 94,85 para R$ 90,09.

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