Safra pode ter redução superior a 20%

Conforme um gerente de departamento de grãos de uma indústria de arroz em Sinop, Avibar Costa, a safra desse ano deve ser 20% menor que a do ano passado, em nível estadual.

RROZ/NORTÃO
Safra pode ter redução superior a 20%

Clima seco da região fará com que produtividade não seja a mesma verificada na safra passada. Produtores contestam dados da Conab.

A média colhida no Estado foi de 40 a 42 sacas de arroz por hectare. TAUANA SCHMIDT
Da Reportagem
A produção de arroz na região norte de Mato Grosso na safra atual, 2006/2007, caiu em relação à registrada na safra 2005/2006. Os produtores de arroz ainda não sabem especificar a quantidade exata, mas contestam os números divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Conforme um gerente de departamento de grãos de uma indústria de arroz em Sinop, Avibar Costa, a safra desse ano deve ser 20% menor que a do ano passado, em nível estadual.

– Ainda é uma incógnita. Sabemos que a produção vai cair, principalmente por causa do clima seco que atingiu a região. A Conab anuncia que serão colhidas 750 mil toneladas, mas na realidade devemos colher 550 mil – afirmou.

A média colhida no Estado foi de 40 a 42 sacas de arroz por hectare, já no ano passado foi de 55 a 58. A área plantada foi de aproximadamente 550 mil hectares, contra os 900 mil plantados em 2006. “Nós recebemos 30% menos de produção nessa safra. Em 2006 foram 1,2 milhão sacas e nesse ano foram 900 mil”, acrescentou Costa.

Além do problema enfrentado com a baixa produção, outra preocupação dos agricultores é a comercialização. Hoje Mato Grosso está desfavorecido em relação ao preço da saca se comparado ao preço praticado na região sul do país, onde 60 kg são vendidos a R$ 20.

– Aqui vendemos a R$ 24. Antes Mato Grosso abastecia todo o país, com exceção do sul, e agora abastece apenas Rondônia e Manaus. Se o mercado nas regiões sul e nordeste, onde hoje está inviável trabalhar, não reagir, Mato Grosso vai passar a vender arroz somente dentro do estado – salientou.

O secretário de Agricultura de Nova Mutum, Francisco Moraes, diz que a produção no município também caiu. A área plantada em 2007 diminuiu 10% em relação a de 2006.

– A nossa produção de arroz já é baixa porque nosso forte é o algodão e o milho. Costumamos plantar arroz somente em áreas novas. Em 2006 plantamos cinco mil hectares e nesse ano foram 4,5 mil. Vamos colher 12 mil toneladas contra 15 mil toneladas de 2006 – completou.

Já em Alta Floresta, a queda nesta safra foi ainda maior, principalmente na área semeada que foi quase cinco vezes menor que da safra passada.

– De 17 mil hectares que plantamos em 2006 diminuímos para três mil hectares em 2007 – reforçou Moraes.

O presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antonio Galvan, explica que o maior problema foi o clima. “Tivemos um período de seca justamente na época de formação do grão e isso atingiu na qualidade, pois não teremos grãos inteiros e é isso que conta na hora da comercialização. Se não tiver arroz inteiro no pacote, não vende, nem mesmo a dona de casa compra”, disse.

Mas se a produção caiu nessa safra, talvez melhore na próxima. É o que espera o produtor Ângelo Maronezzi. Ele diz que a safra 2007/2008 pode aumentar principalmente por causa do aumento do preço do adubo em 30%.

– A cultura do arroz exige menos adubo então os agricultores vão procurar plantar mais. Tem também a questão da defasagem cambial; necessidade de rotação de cultura, que equilibra o solo, deixa mais rico em matéria orgânica, oferece mais resistência; e remuneração do arroz em relação a soja. Em Mato Grosso, por exemplo, a soja está R$ 23 e o arroz R$ 26, na região a soja está R$ 22 e o arroz R$ 24 – finalizou.

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