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Santa Catarina manterá estabilidade em área e produção 

O segundo maior estado produtor de arroz do Brasil, Santa Catarina, estimou que a safra 2021/22 registrará estabilidade em 147 mil hectares de superfície semeada. A produção será afetada levemente pela expectativa de um rendimento por área um pouquinho menor, uma vez que o clima de 2020/21 foi considerado “extraordinário”.

João Rogério Alves, analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Cepa/Epagri), explicou que para a produtividade média desta temporada, a expectativa é de redução de 1,74%, passando de 8,4 toneladas por hectare obtidos na safra passada, para 8,3 t/ha. “Assim, deveremos ter uma safra 2,17% menor, com uma produção de 1,22 milhão de toneladas”, explicou.

Segundo ele, durante o mês de outubro, as operações de aplicação de herbicidas e a adubação de cobertura foram prejudicadas pelo excesso de chuvas, mas, apesar disso, as lavouras apresentam-se em boas condições sanitárias. Há o relato do baixo número de horas de luz solar, por ser uma cultura sensível à baixa luminosidade, logo, poderemos ter uma redução na produtividade média na comparação com a safra passada.

Em todo estado catarinense, o plantio de arroz irrigado foi encerrado nos primeiros dias de novembro. Com 100% das lavouras implantadas, a condição para o desenvolvimento das plantas foi considerada boa. O clima favoreceu a evolução das operações. Na região sul, as lavouras desenvolvem-se bem e os produtores seguem com os tratos culturais. No litoral norte, chuvas moderadas e temperaturas amenas favoreceram o cultivo. “Houve pequeno atraso no desenvolvimento vegetativo das plantas devido à falta de luminosidade em algumas semanas, mas foi registrada uma recuperação com a melhora do tempo”, disse.

MERCADO
Em Santa Catarina, os preços médios pagos aos produtores em outubro tiveram redução de 2,07% em relação a setembro, fechando o mês em R$ 71,88/saca de 50 kg. Quando se considera a inflação no período (IGP-DI – base setembro/21), a média de outubro de 2021 foi 31,58% inferior a de outubro de 2020, quando o preço real chegou a R$ 105,06/saca de 50kg. Em novembro, as cotações seguiram caindo até R$ 63,00.

“Presenciamos em outubro uma forte retração nas cotações do arroz em casca, comportamento atípico, pois é normal que os preços sejam maiores no segundo semestre do ano. Desde maio os valores tomaram trajetória descendente”, observou João Rogério Alves. Enquanto isso, há uma leve retração no consumo, muito em função da queda da renda de boa parte da população. A situação leva a indústria a aquisições pontuais e rejeitar ofertas a preços elevados.


Preocupação
Por outro lado, produtores que esperavam receber melhor no segundo semestre têm resistido a baixar as referências. “Com os compradores se afastando do mercado, muitos agricultores demonstram preocupação, sobretudo porque precisam escoar a safra estocada para abrir espaço à nova colheita em poucos meses”, reconheceu.

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