Sem comprador, preço do arroz cai no Sul
No acumulado de janeiro, a elevação foi de 9,8%, para R$ 32,70 no último dia do mês, informou a analista do Cepea Maria Aparecida Braghetta. Em janeiro de 2009, o produto havia aumentado apenas 2,16%, para R$ 32,40.
Após várias semanas de alta, a cotação do arroz recuou na última semana no Rio Grande do Sul, sob efeito da ausência de grandes indústrias compradoras. A retração foi consequência da atitude do varejo, que sentiu o efeito dos reajustes do grão entre o fim de dezembro e janeiro e reduziu seus pedidos.
Os preços mostraram estabilidade por vários meses no ano passado até que o clima começou a prejudicar a safra do Rio Grande do Sul com as constantes chuvas de novembro. O mercado passou então a trabalhar com previsão de perdas na lavoura e alongamento da entressafra, por causa do atraso no plantio. A saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul, medida pelo índice Cepea/Esalq/BM&FBovespa, fechou em queda na semana passada. No acumulado de janeiro, a elevação foi de 9,8%, para R$ 32,70 no último dia do mês, informou a analista do Cepea Maria Aparecida Braghetta. Em janeiro de 2009, o produto havia aumentado apenas 2,16%, para R$ 32,40.
ALONGAMENTO
O clima melhorou no Rio Grande do Sul, mas isso não significa que a colheita será fértil(…). É esperado o alongamento da colheita da safra pelo menos até junho, por causa do atraso na instalação da lavoura. "Vamos ter um período de estresse (no mercado) até março", previu. O andamento da safra está atrasado, conforme a Emater. Nesta época de 2009, a safra já apresentava 4% da área em condições de colheita, enquanto este ano a parcela pronta é insignificante.
Outro fator que influenciou o recuo da indústria foi a colocação de estoques privados em seus armazéns. O produtor deposita o arroz na indústria e aguarda o melhor momento de efetivar a venda. O movimento demonstrou que o estoque privado é um pouco maior que o esperado e a indústria, por isso, não tem razão para comprar agora. São as menores empresas que mantêm pedidos de compra.
2 Comentários
É natural um recuo agora perto da safra, mas o produtor não deve se apavorar , pois a safra será menor, e consequentemente, o preço devera voltar a subir após colheita. Devem os produtores:
– Ofertar o minimo possivel, apenas para pagar contas de emergência.
– Depósitar na Indústria o mínimo de arroz possivel, preferindo silos própios ou credenciados pelo governo.
– utilizar os apoios do governo, AGF, EGF, etc…
Só assim o produtor podera remunerar um pouco mais pelo seu arroz.
O mercado de arroz que depende das atitudes tomadas no RS pelos produtores e indústrias, por não ser organizado acaba sofrendo conseqüências predatórias por isto, não interessa as indústrias, com certeza, vender arroz com preços que não remunerem o produtor e nem o mercado varejista têm este interesse, pois comercializar um pacote de 5kg a R$ 5,99 como estava ocorrendo há sessenta dias não dão margem a ninguém e, além disto, equivale um pacote de arroz a dois refrigerantes. Acredito que já é momento mais que oportuno para que todos envolvidos na cadeia tenham uma visão conjunta do mercado e caminhem juntos para transformar e acabar com esta briga de produtor, indústria e varejo, deixando que a comercialização aconteça de maneira saudável para todos. Esconder arroz não resolve ele irá aparecer em algum instante, será preciso organização, profissionalismo e muito trabalho para mudar isto, caso contrário será sempre o mesmo discurso e vendas oportunistas agora e desesparadas adiante.