Sem limites

 Sem limites

Os laboratórios e os homens da ciência encontram meios de multiplicar a força da terra .

As investigações científicas em arroz de todo o mundo têm voltado seu foco para dois aspectos importantes. O primeiro é o desenvolvimento de cultivares de arroz híbrido com alto potencial produtivo, para melhorar e oferecer segurança alimentar aos países pobres, onde a terra agricultável é limitada e há grande expansão habitacional. O outro aspecto é a melhoria das qualidades nutricionais do arroz por meio da biotecnologia. Grandes avanços têm sido verificados, segundo o consultor da FAO e ex-chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Elsio Perpétuo Guimarães.

Ele lembra que nos anos 70 houve a chamada "revolução verde", onde a cultura orizícola deu um salto em qualidade e produtividade, com a introdução de variedades melhoradas e avançadas tecnologias de produção. Mais recentemente, a aplicação eficaz de avanços da pesquisa foi mais lenta, principalmente em questões como estresses hídricos, por falta ou excesso de água, salinidade, acidez do solo, entre outras questões. Durante o mesmo período em que a ciência encontrou limitações para manter o crescimento contínuo de produtividade, por meio de soluções para estes problemas, a população mundial continuou crescendo. E os recursos de água e solo diminuem.

A ciência fornece a base melhorando a produtividade e a eficiência de sistemas de produção arrozeira. As tecnologias melhoradas permitem aos produtores produzir mais arroz em áreas limitadas e com menos água, trabalho e pesticidas, reduzindo o impacto ambiental. Produzindo plantas melhoradas, o agricultor estará controlando melhor as ervas daninhas, doenças e pragas, gerenciando melhor a água e os nutrientes da lavoura. Aumentando a eficiência e a produtividade, estará reduzindo o custo da lavoura, ampliando a renda e tornando sustentável o sistema de produção.

O uso da biotecnologia está favorecendo o surgimento de variedades novas de arroz com maior valor nutritivo, minimiza perdas da colheita e aumenta a resistência à seca, às pragas e mesmo às invasoras. Os avanços recentes no arroz híbrido, principalmente na Ásia, e no arroz novo, para a África (Nerica), são apenas dois exemplos das contribuições da ciência ao desenvolvimento do cereal. Além disso, as instituições de pesquisa públicas ou privadas trabalharam juntas para determinar a sequência genômica do arroz.

A base de dados resultante da leitura do DNA ajudará na criação de uma geração nova de variedades, incluindo num futuro não distante variedades com qualidades nutritivas melhoradas, demandadas por mercados especiais. É o caso da demanda de determinadas vitaminas em algumas regiões do mundo, de produtos especiais para alérgicos, de biofábricas de medicamentos e outras formas de tornar o arroz, além de um alimento funcional, uma arma poderosa contra a fome, a pobreza e a desnutrição em todo o mundo.

 

FOME NO MUNDO

O mundo cada vez mais com fome

• 850 milhões de pessoas estão desnutridas, a maioria delas na África e na Ásia. E o número cresce: a cada ano são mais cinco milhões de pessoas passando fome no planeta. Os dados são do relatório anual de 2003 da FAO, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agricultura e Alimentação. O relatório, "O estado da insegurança alimentar no mundo", indica que 19 países conseguiram reduzir o número de famintos entre 1990-1992.

• Um total de 80 milhões de pessoas saiu da faixa dos desnutridos nesses países, entre os quais o Brasil. No período de 1990-1992 eram 18,6 milhões de pessoas passando fome no Brasil. Esse número reduziu para 15,6 milhões em 1999-2001, um indicador ainda vergonhoso para um dos países que mais produzem e exportam alimentos no mundo. No conjunto, a melhoria é considerável e as Nações Unidas está otimista em relação a novos avanços.

• O relatório indica que os países que conseguiram melhorias no setor alimentício também apresentaram crescimento econômico, melhor índice de educação e saúde e menores níveis de contaminação pelo HIV.

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