Sequeiro sob análise

Pesquisa diagnosticará produção do arroz no Centro-oeste

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A plantação de arroz de terras altas (ou sequeiro) é foco de um estudo de campo inédito que começa a ser realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Ampliada e pela Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias. O objetivo é analisar in loco a dinâmica da produção e evolução do mercado de arroz de terras altas nas regiões Centro-oeste e Norte do Brasil. Mato Grosso, Goiás, Rondônia e Pará fazem parte da iniciativa.

Técnicos e pesquisadores do Cepea e da Embrapa visitaram na primeira quinzena de abril as áreas produtoras de arroz no Mato Grosso, como Sinop, Lucas do Rio Verde, Tapurah, Campo Novo dos Parecis, Sapezal, Primavera do Leste e Rondonópolis. As metas são identificar as áreas de plantio do arroz de terras altas e diagnosticar a alta qualidade que o arroz ganhou por meio do emprego de tecnologia. Com as visitas a campo, os especialistas esperam identificar até que ponto a cultura do sequeiro influencia na cadeia de produção do arroz nos principais estados brasileiros.

Também é meta deste estudo verificar como o produto está chegando até o consumidor. O programa pretende concluir em até três anos um mapeamento real de quanto e como está se dando o cultivo de arroz de sequeiro. Mesmo assim, os pesquisadores acreditam que no final do ano terão dados suficientes para traçar o perfil da produção nos quatro estados e também o consumo da cultura pelos consumidores das principais capitais.

O estudo

Arroz de terras altas

1. O arroz de terras altas é a nova definição dada ao arroz de sequeiro, que ao longo do tempo foi adquirindo um caráter pejorativo, sendo rotulado como um produto de baixa qualidade.

2. Diferentemente do arroz irrigado, conhecido popularmente de arroz agulhinha, com melhores índices de qualidade e produtividade, o arroz de terras altas continua sendo utilizado como a primeira cultura a ser plantada pelos agricultores na região do Cerrado devido à fácil germinação e resistência.

3. É a cultura que abre fronteiras para depois serem implantados a soja, o milho e o algodão.

4. Os custos de produção para a cultura de arroz irrigado são bem superiores aos relacionados ao arroz de sequeiro, mas o retorno com a produtividade chega a obter uma diferença positiva de até três mil toneladas por hectare.

5. Hoje, estima-se que no Mato Grosso a produtividade do arroz de sequeiro obtenha, por hectare, cerca de 2,9 mil quilos. No país, para 2002, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção de cerca de 11 milhões de toneladas de arroz, sendo que desse total apenas um terço corresponderia ao arroz de terras altas.

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