Silêncio em respeito ao suicídio de arrozeiro

Em Aceguá (RS), o produtor foi transformado em mártir pelos arrozeiros. O suicídio de Machado era tratado ontem como um reflexo do descaso do governo federal com os agricultores.

Produtores de arroz reunidos em protesto em Aceguá fizeram um minuto de silêncio, ontem, pela morte do produtor rural e presidente da Câmara de Vereadores de Formigueiro, João Antônio Machado (PP), 53 anos. Ele foi encontrado morto quarta-feira, nas proximidades de sua estância, a 25 quilômetros da sede do município. O sepultamento ocorreu ontem.

Em Aceguá, o produtor foi transformado em mártir pelos arrozeiros. O suicídio de Machado era tratado ontem como um reflexo do descaso do governo federal com os agricultores.

Na manhã de quarta-feira, Machado havia sido procurado em sua casa por um oficial de Justiça de São Sepé. Munido de um mandado de arresto, o oficial confiscou 2.728 sacas de arroz que seriam usados no pagamento de dívidas geradas pela compra de insumos e máquinas agrícolas.

Enquanto era realizado o carregamento do arroz, por volta das 13h30min, o produtor desapareceu. Como demorou a retornar, seus familiares começaram a procurá-lo na propriedade. Acabaria sendo encontrado pela mulher, Sandra Forcim, junto a uma árvore, no final da tarde.

Machado era arrozeiro e um dos líderes políticos locais. Com outros quatro irmãos, mantinha lavouras em Formigueiro e também na região de Aceguá. Vereador e presidente da Câmara por dois mandatos consecutivos, nas duas vezes foi o mais votado no município.

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