Só 7% da lavoura gaúcha de arroz está em fase de maturação

A Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) atualizou o levantamento das fases fenológicas da cultura do arroz.

Conforme o levantamento, apenas 6,96%, ou 65.226 hectares, estão em fase de maturação e 0,01%, ou 55 hectares, foram colhidos.Com isso, 82,6% da área semeada, ou 774.062 hectares estão em fase reprodutiva, que começa em R0, segundo o diretor técnico do Irga, Ricardo Kroeff.

“É a etapa em que o arroz mais precisa de radiação solar, por isso nos preocupa essa previsão de dias mais nublados, chuvosos e quentes, com alta umidade relativa do ar. Em que pese alguns pontos precisarem de chuva – e na medida certa -, até 15, 20 de fevereiro esperamos que as chuvas sejam seguidas de vento e dias muito claros, como forma de evitar que uma porta permaneça aberta para doenças fúngicas, como brusone e manchas das folhas e grãos, e os ataques de pragas de final de ciclo, como percevejos”, comenta.

Ainda segundo o Irga, 10,4% das áreas semeadas ainda estão no período vegetativo, ou seja, foram plantados mais tarde. Isso, segundo Kroeff, tem várias implicações.

“As principais hipóteses são de que o agricultor esperou por chuvas para melhorar a disponibilidade de água em sua barragem ou manancial para garantir a irrigação, atraso no recebimento de insumos ou financiamento para custeio da lavoura e, por fim, o próprio manejo de plantas daninhas, esperando a emergência de uma camada extra de plantas daninhas do banco de sementes para limpar mais a área”, aponta.

Apesar da intenção inicial de plantio no Rio Grande do Sul, coletada em julho e divulgada em junho, pelo Irga, ter alcançado quase 970 mil hectares, é certo que pelo menos 30 mil hectares destes não foram semeados.

“Estamos com equipes em campo fazendo levantamentos para que possamos divulgar o dado mais preciso possível, mas posso adiantar que a superfície semeada deve ficar entre 930 mil e 940 mil hectares, portanto não se cumprirá a expectativa inicial. As implicações do clima sobre a produtividade ainda não há como avaliar, mas dificilmente chegaremos aos mesmos números da safra passada, que foram recordes absolutos”, acrescenta o especialista.

A soma dos números divulgados é de 936.781 hectares semeados.

Na próxima semana a Dater/Irga pretende divulgar os números finais da semeadura gaúcha. Considerando que o Estado obtenha 8 mil quilos por hectare, que é um número absolutamente hipotético e próximo da média das últimas cinco safras, a produção chegaria muito próxima a 7,5 milhões de toneladas o que está dentro do previsto.

Na Federarroz a expectativa também é de que a colheita gaúcha fique entre 7,2 milhões a 7,5 milhões de toneladas.Vale lembrar que em todos os anos existem áreas perdidas – por temporais, enxurradas, enchentes, granizo, seca. Na temporada passada foram pouco mais de 3 mil hectares em todo o RS.

O “grosso da colheita gaúcha” deve começar entre 15 e 20 de fevereiro.