Sustentabilidade da cadeia orizícola é debatida em Camaquã

Mara Gross abordou Manejo do Sistema para Altas Produtividades .

O 6º Seminário do Arroz Irrigado de Camaquã discutiu, na quinta-feira (6), a sustentabilidade do produtor do sistema arrozeiro no Clube Recreativo Banhado do Colégio. O evento foi promovido pelo 3º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate) do Instituto Rio Grandense do Arroz e pela Associação dos Usuários do Perímetro de Irrigação do Arroio Duro (AUD), com o apoio de Inmet, Embrapa, Sindicato Rural de Camaquã e Senar.

O presidente do Irga, Guinter Frantz, o diretor Administrativo, Renato Rocha, o diretor Técnico, Maurício Fischer, gerente do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural, Athos Gadea, acompanharam o encontro, que registrou quase 300 participantes.

“Sabemos o quanto eventos como esse são importantes para o nosso produtor, principalmente em anos de crise, como agora. Eventos assim contribuem para o fortalecimento da tecnologia, que hoje já está no campo e que devemos sempre aprender a usá-la da melhor maneira. Assim, o produtor pode atingir uma melhor produtividade, conseguir colheitas melhores, controlar seus custos. Procurem nossos engenheiros e técnicos, que têm muita capacidade, e peçam sempre a contribuição do Irga. Esse é o primeiro passo para conseguirmos um ótimo plantio. O Irga está junto com vocês”, disse Frantz em seu pronunciamento na abertura do seminário.

Participaram também da abertura o presidente da AUD, Almiro Bridi; o presidente do Clube Recreativo Banhado do Colégio, Luiz Fernando Zilmmer; o representante da Embrapa Sérgio Alves, o presidente da Câmara de Vereadores de Camaquã, Vinícius Araújo; e o secretário da Agricultura e Abastecimento do Município, José Carlos Berta Barcelos, que representou o prefeito João Carlos Fagundes Machado.

Abertura do seminário

Os debates foram iniciados às 9h enfocando a Safra 2014/2015 e Projeção da Safra 2015/2016. Pelo 3º Nate do Irga, o engenheiro agrônomo Marcelo Ferreira Ely apresentou os números da última safra e finalizou levantando questões que devem ser analisadas para o futuro: aumento do preparo antecipado, considerar o ano de El Niño, a rotação de culturas e cobertura de inverno, entrada da cultivar IRGA 424 RI e o aumento do custo de produção.

Ariano Magalhães (Embrapa) e Daniel Becker (RiceTec) também abordaram questões envolvendo a safra passada. Na sequência, Cristiano Gotuzzo (Senar) palestrou sobre Legislação do Novo Código Florestal e Preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), um tema que tem preocupado os produtores.

Ele explicou o que é o CAR, salientando que o prazo para o cadastramento se encerra em maio próximo e que os proprietários das áreas é que devem preenchê-lo. Gotuzzo destacou as vantagens do CAR para os produtores: comprovar regularidade ambiental, segurança jurídica, suspensão de sanções, acesso a crédito, acesso aos programas de regularização ambiental, planejamento do imóvel rural e possibilitar certificações de mercado.

Público lotou o pavilhão

A pesquisadora do Irga de Cachoeira do Sul Mara Gross abordou logo a seguir o Manejo do Sistema para Altas Produtividades, destacando questões como fertilidade do solo (adubação de base e nitrogenada e aplicação de calcário) e integração de sistemas (rotação de culturas e manejo da palha).

Mara apresentou dados de pesquisas recentes do Irga sobre a questão do manejo, alertando para importância da ciclagem de nutrientes, entre outros pontos. “É importante a busca constante de novas informações e formas de fazer”, disse a pesquisadora nas considerações finais.

O tema seguiu na pauta do encontro, com a participação de debatedores José Alberto Petrini (Embrapa), Roberto Zamberlam (Calcários Vigor) e o produtor rural José Carlos Gross, com a mediação de Éverton Fonseca (AUD).

Almoço ficou a cargo do Irga

As palestras foram interrompidas ao meio-dia para o almoço, um carreteiro preparado pela setor de Gastronomia e Eventos do Irga. Na parte da tarde, os debates seguiram com o engenheiro agrônomo do Irga André Ulguim, que discorreu sobre Manejo no Controle de Invasoras Resistentes.

Ulguim apresentou algumas estratégias para prevenção das invasoras, como uso de sementes e produtos certificados, rotação de herbicidas, controle, irrigação e rotação de culturas. As vantagens da cultivar IRGA 424 RI também foram abordadas.

O produtor rural Álvaro Ribeiro e Márcio Ebling (FMC) também participaram do debate, mediado por com Ricardo Kroeff (Irga). No encerramento, Solismar Prestes Damé, do Inmet, enfocou as Previsões Climatológicas para a Safra 2015/2016.

3 Comentários

  • Sabe não é querer bancar o chato de galocha, nem o profeta do acontecido, nem o advogado do Diabo, mas ao invés da teoria criássemos um curso intensivão de como produzir arroz para vender a R$ 30 nos dias atuais (módulo I – produtores capitalizados, módulo II – produtores descapitalizados)??? Ao invés de Sustentabilidade (nome bonitinho por sinal copiado dos ambientalistas) não utilizemos a palavra GESTÃO mesmo??? Repito e repetirei mil vezes aqui se for preciso… Querem que o produtor resolva seus problemas colhendo cada vez mais… Colher arroz não é o problema do arrozeiro… O problema é preço… Renda… Quer colher mais, tem que gastar mais com tecnologia… Colher mais é bom para a indústria, para o governo, para o varejo… Colher de 12 a 14 milhões de toneladas no Brasil e não conseguir exportar de 2 a 3 milhões é sinônimo de preços aviltados… Enquanto isso a SOJA que é uma comoditie com fácil mercado de exportação está disparando (hoje R$ 83,50)… Ano que vem o pessoal vai sentir mesmo o efeito da crise… Esse ano foi o do desnuque… No próximo ano, com esses juros absurdos, vai sobrar meia dúzia… Pensem muito bem antes de colocar a semente de arroz na terra… Façam e refaçam as suas contas… Porque a cada ano que passa a situação só piora… Quem planta sabe disso… O quadro é amplamente desfavorável… E nem governo, nem indústria, nem bancos, nem varejo está disposto a oferecer o ombro amigo depois que as contas não fecharem! Abraço a todos…

  • Concordo Sr. Flávio. Infelizmente por fatores como a concorrência desleal do estado vizinho que vende sem nota, passa caminhão as pampas na fronteira (5 caminhões com a mesma nota), manda caminhão próprio com 70% com nota e 30% sem nota (eu já vi descarregar em cliente meu desse jeito no nordeste) é que a industria do RS esta quebrada e os produtores também. Acho que o arroz deve ser igual ao dinheiro da nossa casa. Se eu produzo trabalho e ganho R$ 1.000,00 por mês, quando acabar o dinheiro, tenho que produzir mais. NÃO VENDA ARROZ PARA AS INDUSTRIAS DE SANTA CATARINA que sem essa concorrência desleal não teremos problemas em pagar um pouco mais pelo Arroz. ALIAS, LEIAM A REPORTAGEM DA REVISTA DESTE MÊS E SABERÃO A DIFERENÇA ENTRE PARBOILIZADO E MACERADO!!!

  • Sempre o mesmo bla,bla…..mais tecnologia pra produzir mais, mas produzir mais pra que? pra se individarem mais eos bancos , os fornecedores lucrarem, não vejo lógica nisso, onde um dá cadeia não lucra , naào há consenso. O QUE QUEREMOS NO MÍNIMO É PRODUZIR UM ARROZ QUE VALE OURO E NÃO TECNOLOGIA PRA PRODUZIR IBOPE. Então MAIS SOJA NELES.

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