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Safra brasileira cai 14,3%. Clima e preços foram determinantes para a redução
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O Brasil plantou menos em 2011 e a colheita será menor em 2012. Alguns estados do Norte/Nordeste estão terminando de colher suas lavouras neste final de semestre. Em abril, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou em 14,3% a redução de safra no Brasil, caindo do recorde produtivo de 13,61 milhões de toneladas para 11,3 milhões. A menor safra em uma década. A redução de área é estimada em 11,7% pela Conab, principalmente pelos baixos preços ao produtor praticados no ano passado pela oferta excessiva da grandiosa safra.

A área plantada caiu de 2,82 milhões de hectares para 2,49 milhões. No Sul, mais de 50 mil hectares foram destinados ao plantio de soja em várzea. No Centro-oeste e no Sudeste, soja, milho e pecuária assumiram o espaço do arroz, em razão dos melhores preços nos respectivos mercados ao longo de 2011/12. “Os baixos preços de comercialização em 2011, apesar dos esforços do governo, afetaram o ânimo do produtor, principalmente no Mato Grosso e no Rio Grande do Sul, e levaram à redução de área e à destinação das terras a outras culturas, especialmente a soja”, avalia o analista do mercado de arroz da Conab, Paulo Morceli.

O consultor da Safras & Mercado, Eduardo Aquiles de Souza, diz que a estiagem provocada pelo fenômeno La Niña também afetou a safra, seja com a redução das lavouras ou rendimento por área. “A Conab estima uma queda na produtividade média em 2,9%”, cita. O levantamento de safra divulgado pela Conab em abril estima que a safra brasileira ficará em 4.685 quilos de arroz por hectare, contra 4.827 quilos da safra passada, quando o clima foi extremamente favorável à produção na Região Sul.

REGIÕES
Por região, a maior queda percentual é a da Região Centro-oeste, com -33,6% de produção, caindo de 1,1 milhão de toneladas para 740,5 mil. O Mato Grosso e Goiás vão reduzir em 34,9% e 33,1%, respectivamente, as suas produções, em função da falta de liquidez e preços do arroz e a competição por espaço com as culturas de melhor rendimento econômico. A Região Sul terá a maior redução em volume, com cerca de 1,4 milhão de toneladas, de 10,09 milhões para 8,67 milhões. Percentualmente , a queda será de 14% na região, puxada pelo Rio Grande do Sul, com 16%. Na média, o Centro-sul (Sul, Sudeste e Centro-oeste) reduzirá em 15,8% a produção do cereal e o Norte/Nordeste, 6,6%.

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