Tecnologia contra a crise
Precisão no uso de insumos otimiza os resultados
e reduz custos da lavoura.
As tecnologias disponíveis para o cultivo de arroz são capazes de reduzir os custos e, ao ampliar a produtividade, ajudar a reduzir ou neutralizar a perda de renda do rizicultor. Para Guinter Frantz, presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o conhecimento e a aplicação de práticas preconizadas nos projetos 10+ e Soja 6000 auxiliam o rizicultor na busca de rentabilidade.
“Há obstáculos de ordem econômica e de política agrícola, mas do ponto de vista da lavoura, saber usar os insumos em doses e momentos certos pode fazer a diferença entre o lucro ou prejuízo. Por isso damos tanta importância ao desenvolvimento e à transferência de conhecimento”, afirma Frantz.
O desafio do Projeto 10+ em Agudo e Dona Francisca difere de outros municípios, pois a média produtiva dos integrantes está em torno de 10 toneladas por hectare.
“Reunimos produtores de ponta desta região, referenciais a outros arrozeiros, para ratificarem e difundirem a proposta tecnológica. Realizamos dias de campo e roteiros nestas áreas”, explica Pablo Mazzuco de Souza, engenheiro agrônomo responsável pelo Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural do Irga.
As mudanças se dão nos detalhes. Em boa parte das plantações que integram o Projeto 10+, as recomendações passaram pela antecipação do plantio – atrapalhada pelas chuvas –, ampliação do volume de adubo no seco e redução da densidade de semeadura. A intenção é aproveitar mais os nutrientes, como a radiação solar, formar plantas mais vigorosas e que respondam à adubação com produtividade. “Não adianta adubar para 6 mil quilos e querer colher 10 mil”, diz Souza, que integra equipe com os técnicos orizícolas Cássio Wilhelm e Giovani Wrasse.
FIQUE DE OLHO
O arrozeiro Cláudio Roberto Possebon, secretário da Agricultura do município de Restinga Seca, vizinho de Agudo e Dona Francisca, afirma que diante da falta de renda, a busca por maior escala produtiva tem sido a “salvação da lavoura”. “Quem consegue um rendimento um pouco maior consegue diluir o custo um pouco mais e se defende. Tem renda baixa, empata ou perde pouco em anos ruins e recupera um pouco nos anos favoráveis à comercialização”, relata.
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