Tendência é de preços estáveis para o arroz em 2013

A recente baixa do dólar também pode barrar uma revalorização dos preços.

No Brasil, a produção de arroz cresceu apenas 1,3% na safra 2012/2013, para 11,746 milhões de toneladas, contra 11,599 milhões de toneladas em 2011/2013. A produção brasileira ficará abaixo do consumo, estimado em 12,0 milhões de toneladas. O estoque final da safra 2012/2013 está estimado em 2,171 milhões de toneladas (base casca), 2,2% acima das 2,125 milhões de toneladas (base casca) na safra 2011/2012. Entretanto, esses estoques finais previstos para 2012/2013 estão condicionados à confirmação de exportações de 900 mil toneladas (base casca) e importações de 1,2 milhão de toneladas (base casca). As importações brasileiras devem crescer para 1,2 milhão de toneladas em 2012/2013, 12,4% acima das 1,068 milhão de toneladas importadas em 2011/2012.

As exportações devem recuar 38,2% para 900 mil toneladas (base casca) em 2012/2013, contra 1,455 milhão de toneladas em 2011/2012, em decorrência do menor saldo exportável, da alta dos preços do arroz em casca no país em relação à safra anterior e do recuo dos preços globais. O governo voltou a realizar leilões de estoques da Conab e os preços pagos aos produtores estão em queda nesta primeira quinzena de setembro. No Rio Grande do Sul, os preços do arroz em casca ao produtor acumulam uma baixa de 1,5% em uma semana e de 1,9% nos últimos 30 dias e já estão 11,5% abaixo da mesma época do ano passado, com a média atual de R$ 33,86 por saco de 50 Kg FOB para um produto com 58% de inteiros. As variedades “nobres” para produção de arroz premium estão cotadas entre R$ 35,00 e R$ 39,00 por saco de 50 Kg.

O governo sinalizou o teto de R$ 34,00 por saco de 50 Kg ao produtor, afirmando que quer evitar pressão sobre a inflação. A tendência é de estabilidade dos preços, mas que dependerá do comportamento das exportações e importações brasileiras nos próximos meses e da intervenção do governo no mercado. As exportações voltaram a crescer em agosto, alavancadas pela alta de 17,4% do dólar em 2013. Entretanto, as exportações acumulam uma queda de 49,6% em volume no ano-safra 2012/2013 (março a agosto). Por outro lado, as importações cresceram 13,3% no ano-safra 2012/2013 (março a agosto). Os preços estão confinados em um intervalo estreito na safra atual (2012/2013), com a venda dos estoques de arroz do governo a preços mais baixos do que na safra passada e com o expressivo recuo das exportações.

A recente baixa do dólar também pode barrar uma revalorização dos preços. A aguardada decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) fez o dólar recuar de forma consistente em todo o mundo nesta quarta-feira (18/09). Ao manter em US$ 85 bilhões seu programa mensal de incentivos à economia, o Fed surpreendeu boa parte do mercado e disparou um processo de ajustes de posições. No Brasil, o dólar negociado no balcão já caía ante o Real desde o início da manhã, em meio aos leilões promovidos pelo Banco Central brasileiro, mas o anúncio do Fed fez a moeda desabar 2,97%, para R$ 2,1920. Esta é a menor cotação de fechamento desde 26 de junho de 2013, quando encerrou a R$ 2,1900. Com o movimento de hoje, o dólar acumula baixa de 8,02% apenas em setembro.

 

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