Tudo bem ano que vem
Catarinenses esperam melhor rendimento na safra 2009/10 .
É com base nesse cenário que trabalha o presidente da Cooperativa Agropecuária de Jacinto Machado (Cooperja), Vanir Zanatta. “O preço dos insumos está mais baixo, alguns chegaram a reduzir 70%. Na safra passada, um saco de ureia custava, em média, R$ 80,00 e agora está em torno de R$ 30,00. No mesmo período, a saca de arroz custava entre R$ 20,00 e R$ 25,00. Hoje a saca de 50 quilos de arroz é vendida por cerca de R$ 29,00. Este ano temos uma boa perspectiva, mas o produtor precisa se acostumar a fazer conta pelo preço mínimo e reduzir os custos da produção”, observa.
Outro ponto positivo, na análise de Zanatta, são as exportações nacionais de arroz parboilizado – o carro-chefe da produção catarinense -, que estão abrindo um espaço maior para a venda do produto no mercado doméstico. “Ainda estamos em processo de aprendizagem no que diz respeito às exportações, mas os indicativos são positivos. Estamos exportando, em média, de 2 mil a 2,5 mil toneladas mensais. Para 2009, a meta era exportar de 20% a 25% de nossa produção e já estamos conseguindo”, afirma.
PERFIL – A Cooperja conta com cerca de mil famílias associadas, sendo 180 no Rio Grande do Sul. O dirigente explica que nesta safra a cooperativa recebeu 160 mil toneladas de arroz em casca. “Para a safra 2009/10, a meta é aumentar em 10% o volume de arroz recebido. Queremos ultrapassar as 3,8 mil sacas ou 190 mil toneladas”, diz Zanatta.
Em ritmo de expansão, a Cooperja amplia seu raio de atuação com a inauguração de uma nova unidade de beneficiamento em Santo Antônio da Patrulha (RS), aumentado em 40% o volume de vendas. A entidade também irá instalar dois novos silos em Praia Grande (SC) e outros dois em sua unidade gaúcha, com capacidade de 5 mil toneladas cada.
Produtividade
Na atual safra, apesar da ocorrência de fatores desfavoráveis adversos registrados no início do plantio, as lavouras catarinenses obtiveram, em média, conforme levantamento da Conab, 6.969 quilos/hectare, o que é considerado um recorde histórico. Este índice de produtividade, na análise do engenheiro agrônomo e pesquisador da Epagri/Estação Experimental de Itajaí (SC), José Alberto Noldin, tem plenas condições de ser incrementado. Para tanto, recomenda que os produtores adotem as recomendações técnicas preconizadas pela instituição de pesquisa para a cultura.
De acordo com Noldin, uma projeção mais apurada sobre o desempenho da cultura na próxima safra vai depender das questões de clima – sobre as quais ainda parece cedo para fazer previsões. Em termos de novas tecnologias, Noldin destaca a nova cultivar que está sendo lançada pela Epagri, a SCS 116 Satoru. “Para a safra 2009/10, a Epagri está disponibilizando sementes básicas apenas para os produtores de sementes associados à As sociação Catar inense de Produtores de Sementes de Arroz (Acapsa), os quais irão produzir sementes certificadas. Estas sementes certificadas serão comercializadas para os produtores de grãos na safra 2010/11”, informa.
Segundo o pesquisador, esta cultivar se destaca pelo seu elevado potencial produtivo no sistema pré-germinado e pelo comportamento industrial adequado, tanto para o arroz branco quanto para o arroz parboilizado.