Um longo caminho

 Um longo caminho

Transplante de mudas é uma das operações para garantir um bom campo de sementes

Material genético leva até seis anos para chegar ao rizicultor
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A semente certificada tem relação direta com o sucesso da lavoura. Mas até chegar às mãos do arrozeiro ela percorre um longo caminho, em média de cinco a seis anos, que começa lá nos campos experimentais de pesquisa. Um bom exemplo é a cultivar BR Irga 409, lançada pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 1979. Trata-se de um material que até hoje tem nicho de mercado nas lavouras orizícolas gaúchas. Valorizado por sua alta qualidade industrial e considerado uma das “variedades nobres”, este material, passados 36 anos, continua sendo requisitado por manter intactos seus atributos essenciais, como pureza genética e física.

Para manter o padrão da semente ao longo do tempo é preciso fazer todos os anos um trabalho de rotina que visa a manutenção da pureza do material. No caso desta variedade, e também de outras desenvolvidas pelo Irga, o processo leva até seis anos, desde a produção da semente genética de primeira geração, passando pela segunda geração, a semente básica, a semente certificada e as sementes certificadas de primeira (C1) e segunda geração (C2). Cada uma delas é obtida em uma temporada de cultivo. O Irga, a Embrapa e algumas empresas privadas “apressam” o trabalho com a produção de sementes em zonas tropicais no Norte e no Nordeste do Brasil durante o inverno.

Este processo, descrito aqui de forma simplificada, serve para mostrar que uma semente certificada leva de cinco a seis safras para chegar a uma lavoura comercial. Em outras palavras, não se faz uma semente da noite para o dia. É um trabalho que precisa ser realizado todos os anos para garantir a oferta perene no mercado. Ou seja, são quatro safras para se chegar até uma semente C1 e cinco para chegar à C2, que só estarão disponíveis no mercado um ano após as suas respectivas gerações.

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