Um planeta de arroz

 Um planeta de arroz

Produtores asiáticos ampliam suas safras

Produção mundial de arroz
chegará a 773 milhões de t,
segundo estimativa da FAO
.

 O mundo tem grão suficiente para seu abastecimento por um ano e meio graças a ótima safra colhida, em especial na Ásia e nos Estados Unidos, em 2018. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) estima que a safra global deverá alcançar 773 milhões de toneladas em base casca (513 milhões de toneladas beneficiado), registrando um aumento de 1,3% sobre 2017.

Com o avanço das colheitas, os estoques mundiais de arroz em 2018 devem aumentar 2,5% para 172 milhões de toneladas, contra 167,8 Mt em 2017, atingindo o nível histórico mais alto. Em 2019, espera-se uma nova recuperação de 2,6% em 176,5 Mt, equivalente a um terço do consumo mundial. Este aumento se deve à reconstituição de reservas chinesas e indianas. Em contraponto, os estoques dos principais países exportadores continuam em declínio, exceto na Índia. Os maiores exportadores têm as menores reservas desde 2010. Menos mal que a expectativa é de uma menor demanda entre seus maiores clientes.

Já o aumento da safra em 2018 leva em conta melhores condições climáticas e preços mais atrativos, especialmente no hemisfério norte, diz o relatório do mercado mundial do arroz InterArroz, elaborado pelo economista Patrício Méndez del Villar, do Centro Internacional de Cooperação Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), da França.

Segundo o analista, na Ásia as colheitas devem progredir, em especial na Índia, graças a um bom índice de chuvas e a revalorização dos preços mínimos. Mas a produção chinesa tende a ser menor devido à redução nas áreas plantadas visando se desfazer dos excedentes de 2017.

“Na África, as safras devem melhorar em 4% graças ao aumento produtivo no leste do continente, com destaque para Madagascar e Tanzânia”, afirma Méndez del Villar. Nas regiões ocidentais da África, a produção avança por causa dos programas de incentivo, investimentos e o uso de insumos. Em contraste, no Egito, a superfície arrozeira diminuirá em pelo menos 25% pela escassez de recursos hídricos.

AMÉRICAS

Nas Américas, há diferentes reações no Sul e no Norte. Nos Estados Unidos, depois da queda de 20% em 2017, as colheitas voltaram aos níveis normais. A safra menor do ano passado ajudou a compor preços remuneradores e influenciou nesta retomada. Enquanto isso, na América Latina a produção de 2018 indica queda. Esse comportamento se deve à redução de 6% nas colheitas do Mercosul, segundo a FAO. As perspectivas da safra 2018/2019 neste bloco econômico indicam possível queda nas áreas orizícolas.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter