Um respeitável cliente

 Um respeitável cliente

Mundo africano representa 76% das exportações brasileiras em 2009/10.

As exportações brasileiras de arroz atingiram 340.127 toneladas (base casca) entre março e setembro de 2010, segundo estatística oficial. A venda externa de quebrados de arroz respondeu, no período, por 70,6% do total, enquanto os branco, em casca, esbramado e parboilizado representaram 29,4% dos embarques. A Conab estima que o Brasil embarcará 400 mil toneladas até fevereiro. 

O analista Tiago Sarmento Barata, da AgroTendências Consultoria, destaca que de março a setembro 77,7% dos embarques brasileiros, ou 264,5 mil toneladas (base casca), tiveram como destino o continente africano. “É um volume que consolida a África como o principal cliente internacional do arroz nacional, mas é preciso estar atento que 76,4% dessa venda é de quebrados, de menor valor comercial”, alerta. 

Na temporada passada a África representou 76% das exportações brasileiras do cereal, com 681,5 mil toneladas vendidas e o ingresso de US$ 210.666.678,00 dólares em divisas ao país. O produto brasileiro alcançou 27 países africanos. Benin, Senegal, Nigéria, África do Sul e Gâmbia foram os cinco principais importadores. Juntos somam quase 70% de todo a exportação brasileira ao continente. No atual ano comercial 2010/11, como se pode perceber, o comportamento das vendas externas do Brasil mantém a tendência percentual, mas os volumes caíram para 40% dos ingressos do ciclo passado. 

Segundo Barata, é importante que a cadeia produtiva e o país encontrem formas de retomar as vendas do produto beneficiado de maior preço agregado como forma de gerar divisas e fidelizar seus clientes, além de ampliar esse negócio. “Demanda existe, o desafio é conquistar a fatia do mercado atendida por Estados Unidos, Ásia e o Mercosul”, diz. 

Para o analista, o principal entrave atualmente é o câmbio e a relação entre os preços internos e mundiais, mas há outros gargalos a superar em logística, burocracia e tributos ao longo da cadeia produtiva. Também acredita-se que, com um câmbio mais favorável, o esforço exportador brasileiro será compensado por melhores preços internos. 

ECONOMIA
Hoje as moedas asiáticas e africanas estão muito desvalorizadas em relação ao dólar, enquanto em alguns países, como o Brasil, acontece o contrário: mantém a valorização da moeda nacional. O agronegócio brasileiro vem exigindo medidas do governo em razão da perda da competitividade dos produtos nacionais.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mostra preocupação com o tema e anunciou algumas medidas para evitar o que chamou de guerra cambial e a criação de um câmbio artificial. Nesse debate entre os 20 países ricos e os grandes em desenvolvimento (entre eles Brasil, Índia, China e África do Sul, alguns dos maiores mercados arrozeiros do mundo) pode ser que sobre algum resultado positivo para o arroz.

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