Uma nova era para os produtos sem glúten

 Uma nova era para os produtos sem glúten

 Conversando com Ester Benatti, vice-presidente da Acelbra/RS, descobri informações interessantes sobre o mercado de produtos sem glúten no Brasil, que começou nos anos 2000. Antes disto havia algumas pequenas empresas de produções locais que vendiam exclusivamente para celíacos. Na doença celíaca, o glúten faz o corpo disparar uma resposta imune a esta proteína. Ele é encontrado no trigo, na aveia, na cevada e no centeio e é necessária sua exclusão completa da alimentação do paciente. O arroz e seus derivados não possuem glúten e são a principal fonte de alimento desta parcela da população.

A internet vem facilitando a divulgação destes produtos no país tanto aos celíacos como para o comércio geral, que necessita opções de venda. Aos poucos é possível encontrar uma diversidade de pães, biscoitos e massas nos grandes centros, mas fora deles há grande dificuldade. O mercado é tímido e muitos comerciantes não apostam na diversidade da alimentação, pois em muitos casos os preços são altos e a procura baixa. Mas também falta publicidade de venda desses produtos, não há incentivo ou informação para fornecer conhecimento à população.

No Brasil, temos o arroz e o milho presentes nas substituições das preparações sem glúten. O milho possui cor e sabor pronunciado e o arroz, por sua vez, é suave, branco e semelhante ao trigo e assume lugar importante na composição do prato do celíaco após o diagnóstico.
Os consumidores não distinguem a diferença entre produto nacional e importado no supermercado, mas estão de olho nos rótulos e no alerta “Não contém glúten”. Só 10% a 15% dos portadores da doença foram diagnosticados no país, de 200 a 300 mil pessoas. Mas estima-se que são mais de 2 milhões. Também há as pessoas com sensibilidade, que não possuem a doença autoimune, mas não podem consumir o glúten da mesma forma. E há, ainda, alérgicos ao trigo.

Este grande grupo (celíacos, sensíveis e alérgicos) pode chegar a 10% da população, ou seja, 20 milhões de consumidores. Temos, então, como cadeia produtiva, que perceber que a diversificação é muito importante, é preciso mudar o foco: só o grão na panela não vai inovar. Precisamos buscar alternativas nos derivados, novidades que tornem o produto mais atrativo aos consumidores e, em especial, que supram a necessidade deste grande grupo de consumo.


RECEITA DO MÊS

Pão sem glúten

INGREDIENTES
* 1 1/2 xícara de farinha de arroz
* 1 1/2 xícara de polvilho doce
* 1 colher de sopa de goma xantana
* 1 colher de chá de sal
* 3 colheres de sopa de banha ou óleo
* 1 colher de sopa de vinagre de maçã
* 2 ovos
* 1 1/2 colher de sopa de fermento para pão
* 300 ml de água
Tamanho da xícara: 200ml

MODO DE FAZER
* Faça uma esponja com o fermento, 1/2 colher de farinha e um pouco de água mais para fria.
* Misture a farinha, o polvilho, a goma e o sal.
* Coloque os ovos, a banha, o vinagre, o fermento e a água. Misture e bata a mão.
* Coloque numa forma de pão de 27 cm x 12 cm. Deixe dobrar de volume.
* Coloque uma forma com água fria dentro do forno antes de ligá-lo com com o pão. Coloque para assar a 200 graus.

LIVIA PINZON DE CARVALHO
PRODUTORA RURAL
DIRETORA DA ASSOCIAÇÃO DOS ARROZEIROS DE PALMARES DO SUL, 
CAPIVARI DO SUL, OSÓRIO, CIDREIRA E BALNEÁRIO PINHAL

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