Uma saída para o arroz

Investir mais em lavouras menores pode ser uma forma de aumentar lucro.

Reduzir os custos de produção e buscar um melhor aproveitamento de área para o plantio das lavouras. Essas foram algumas das estratégias indicadas por especialistas aos cerca de 500 produtores e estudantes que participaram do 3º Seminário sobre Arroz Irrigado, na terça-feira e ontem, no Park Hotel Morotin. Por causa da crise agrícola e dos baixos preços do grão, planejamento é palavra de ordem aos agricultores, que começam a se preparar para a safra 2006/2007 apostando na recuperação do setor.

O professor do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e coordenador do evento, Ênio Marchezan, diz que é preciso tratar a lavoura com profissionalismo. Segundo ele, os produtores devem ficar atentos a gastos com insumos e investir mais em tecnologia para buscar maior eficiência na produção e mais lucros.

Os baixos níveis dos açudes na maior parte do Estado deixam os agricultores sem saber se terão como irrigar toda a lavoura na safra. Mesmo assim, Marchezan revela que ainda é cedo para falar em redução de área plantada. Segundo ele, é o momento de concentrar energias no preparo do solo para o plantio, em outubro e novembro. A dica é esperar pelas chuvas, que devem equilibrar os açudes, e só então decidir quanto plantar.

– É preciso escolher as áreas mais férteis, que vão precisar de menos água para irrigação e terão menores custos. Tem de fazer as coisas bem-feitas, em vez de plantar 10 hectares, é melhor plantar sete bem-feitos.

Preço da saca deve aumentar

Uma das queixas dos produtores é o preço do produto. O valor, que chegou a R$ 16 a saca, nos últimos meses, por causa da superoferta do produto, melhorou depois que o governo passou a comprar arroz. Hoje, o preço está em R$ 20, mas ainda abaixo da expectativa dos agricultores.

O analista da consultoria Safras & Mercado, Tiago Barata, acredita que o preço continuará subindo neste semestre, o que pode ser vantajoso para quem vender o grão mais tarde:

– Pior não pode ficar. O preço está reagindo em ritmo lento, e deve melhorar mais após as eleições. O valor vai superar significativamente o preço mínimo, que é de R$ 22 – diz ele.

No evento, Barata elogiou a posição de destaque que o Brasil conquistou como exportador de arroz de qualidade. Ele diz que 350 mil das 12 milhões de toneladas colhidas no Estado foram vendidas para Senegal e Gâmbia, entre outros:

– Neste mês, exportamos para novos mercados, como Cuba e Haiti.

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