União estuda ampliar exportação do arroz

Com a tendência de recuperação dos preços do arroz observada desde a última semana, alcançando o preço mínimo de R$ 22,00 a saca de 50 quilos, a cerimônia foi marcada pelo pedido de ações limitadoras das importações e iniciativas que aumentem as exportações.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, anunciou ontem, durante a 17ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz em São Gabriel, que o governo federal já estuda mecanismos para ampliar as exportações do grão.

– Somos parceiros na conquista de novos mercados, que tragam novas opções de comercialização aos agricultores – declarou.

Com a tendência de recuperação dos preços do arroz observada desde a última semana, alcançando o preço mínimo de R$ 22,00 a saca de 50 quilos, a cerimônia foi marcada pelo pedido de ações limitadoras das importações e iniciativas que aumentem as exportações.

Para o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Walter Pötter, o grão nacional concorre em condições desiguais com o produto importado, principalmente do Mercosul, pois não tem subsídios e conta com uma alta carga tributária.

– Nossa lavoura irrigada é consistente na produção. Temos potencial para muito mais. O governo precisa apoiar e incentivar as exportações e não as importações, que geram especulação de preços, sacrificando os produtores – afirmou.

O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, salientou que as relações com o Uruguai beiram o descompasso.

– Temos muitas dúvidas sobre os recentes acordos firmados entre os governos brasileiro e uruguaio quanto ao comércio do produto – reclamou.

O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, João Carlos Machado, anunciou que a governadora Yeda Crusius designou um grupo técnico de trabalho para regulamentar e implementar as leis que garantirão o ingresso de alimentos importados com a devida pesagem e exames fitossanitários no Rio Grande do Sul.

O secretário disse que o Estado ainda estuda a ampliação da cobrança da Taxa CDO para o arroz importado, propondo a isonomia tributária definida pelos países do Mercosul.
A governadora Yeda Crusius cobrou de Guedes Pinto as implicações negativas decorrentes da importação de arroz beneficiado pelo comércio varejista, especialmente pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco.

– Esta situação preocupa o Estado, pois o subsídio concedido pelo Brasil aos países produtores pode comprometer a cadeia produtiva no setor industrial, mesmo após o fim da tributação do PIS/Cofins sobre o arroz beneficiado – explicou.

A previsão do Irga é de que neste ano o Estado tenha uma safra de 6 milhões de toneladas de arroz. Cerca de 60% da área estão prontos para serem colhidos. No próximo ano, a abertura da colheita será realizada na Estação Experimental do Irga em Cachoeirinha. Segundo o presidente do instituto, Maurício Fischer, o evento dará visibilidade às áreas de pesquisa e extensão da autarquia e envolverá a comunidade da Região Metropolitana. Para ele, o desafio é realizar um fórum de discussão sobre o arroz com os países do Mercosul.

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