Universo em expansão

Se depender das disponibilidades de arroz, o mundo não corre risco imediato de falta de alimento para sua população. Os estoques e a produção mundial seguem em alta, bem como o comércio entre países se mantém crescendo. Segundo o analista de mercado internacional Patrício Méndez del Villar, do Cirad de Montpellier, França, as primeiras estimativas da campanha mundial 2013/14, indicam um aumento de 2% da produção mundial do grão, para 749 milhões de toneladas em base casca (ou 500 milhões de toneladas em arroz beneficiado).

O aumento produtivo concentra-se nas boas colheitas esperadas para a Ásia, que acumula 90% da produção mundial e tem expectativa de condições climáticas muito favoráveis para suas safras. No restante do mundo, a produção deve manter-se estável, segundo o analista. “Se na América do Sul as áreas semeadas serão menores, na América do Norte as colheitas sentirão os efeitos da seca”, diz.

Segundo a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), a produção mundial de arroz em casca, em 2012, cresceu 1%, para 734,7 milhões de toneladas, o equivalente a 490 milhões de toneladas em grão beneficiado. Em 2011, a produção total foi de 726,9 milhões de toneladas do cereal em casca. Segundo ele, a relativa estabilidade registrada no ano passado se deve ao equilíbrio entre as colheitas asiáticas. “Os bons resultados na China compensaram amplamente a ligeira redução na Índia”, ilustra.

COMÉRCIO
Em 2012, o comércio internacional marcou um novo recorde para o cereal, alcançando 38,6 milhões de toneladas em base casca e registrando um aumento de 6% em relação ao recorde anterior, 2011. Para 2013, as previsões são pessimistas, indicando uma redução de 3% por conta da menor demanda asiática. A previsão é de uma comercialização entre países na ordem de 37,6 milhões de toneladas, o que representa um nível bem superior à média dos três últimos anos.

Nesse ritmo, os estoques mundiais de arroz, no final de 2012, alcançaram níveis históricos de 161,7 milhões de toneladas em casca, alta de expressivos 11% em relação a 2011. E para 2013, as estimativas apontam um novo recorde, de 173,7 milhões de toneladas (+7,4%). Enquanto isso, as primeiras indicações para 2014 mostram uma nova alta, para 182 milhões de toneladas. “Estas reservas representariam, assim, 36% das necessidades mundiais, sendo a mais alta relação observada nos últimos dez anos”, destaca.