Vem aí o quarto movimento
A sinalização de uma leve firmeza das cotações do arroz em casca a partir da segunda quinzena de outubro gera a expectativa da finalização do terceiro movimento (de queda) para o início de um novo, com recuperação das cotações, avalia Élcio Bento, analista da Safras & Mercado. A favor desse quarto movimento pode-se colocar a redução dos volumes exportáveis nos parceiros do Mercosul e esperada redução da oferta para a próxima safra nacional. Em relação ao segundo fator, o atraso do plantio gaúcho chama a atenção.
As dificuldades climáticas podem obrigar a realização dos trabalhos fora da janela ótima, o que, juntamente com uma possível redução do investimento nas lavouras, reduziria a produtividade das lavouras. Além disso, plantando mais tarde tem-se um alongamento do período de entressafra.
De acordo com o primeiro levantamento de intenção de plantio realizado pela Safras & Mercado, a área plantada com arroz no Brasil será 5,2% inferior à anterior, com 1,875 milhão de hectares.
O potencial de produção ficaria em torno de 11,57 milhões de toneladas, contra 12,25 milhões de toneladas da safra passada. Com uma produção inferior ao consumo, a próxima temporada será a terceira em que o país precisará ser importador líquido. Para formação de preços, isso significa que a referência seguirá sendo a paridade de importação com os países do Mercosul. É de olho nesta paridade que os produtores nacionais devem estar na condução de suas lavouras e da comercialização.
Bento: redução dos volumes exportáveis