Vitória de Vázquez pode garantir painel do arroz na OMC
Expectativa é dos produtores uruguaios, que apostam numa aproximação entre o presidente eleito do Uruguai e Lula para reforçar o Mercosul e lutar contra os subsídios agrícolas.
A vitória do candidato socialista Tabaré Vázques, da esquerdista Frente Ampla, poderá ter reflexos na orizicultura do Mercosul. Segundo o presidente da Associação dos Cultivadores de Arroz do Uruguay, Hugo Manini, há sensibilidade do presidente eleito no país vizinho para a proposta de consolidação de um bloco agroexportador de produtos agrícolas e no ingresso do Mercosul com um pedido de painel contra os subsídios norte-americanos ao arroz na Organização Mundial de Comércio.
Manini afirma que haverá maior sintonia entre Vázquez e o presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva para ações conjuntas de fortalecimento do Mercosul. Há objetivos comuns no sentido do Mercosul consolidar-se como um pólo agroexportador de maior dimensão. E para chegar a esta condição, o pedido da abertura de um painel na OMC contra os subsídios norte-americanos ao arroz é considerado um passo bastante importante para o Uruguai, explica Manini.
Os dirigentes da ACA explicaram ao site Planeta Arroz que os subsídios norte-americanos são muito nocivos ao Mercosul e aos mercados da América Latina, pois provocam distorções nos preços internacionais, principalmente na região das Américas. Os Estados Unidos dominam esta região, impedindo Argentina e Uruguai de exportarem seus excedentes para terceiros países a preços competitivos e obrigando-os a jogar altos volumes de arroz no mercado brasileiro, onde são muito mais competitivos, prática que achata os preços pagos aos produtores do Mercosul.
Um pré-estudo buscando argumentos e a viabilidade para ingresso com o pedido de um painel contra os Estados Unidos já está na fase final de elaboração. Os custos estão sendo divididos pelo Brasil, a Argentina e o Uruguai. A parte brasileira está sendo bancada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
