Colheita do arroz será maior, diz Conab
(Conab) A semeadura nas principais áreas produtoras de arroz no país já foi concluída, apesar das adversidades climáticas, num cenário semelhante nas diversas regiões, com chuvas em excesso no início do ciclo, seguidos de dias com clima seco e quente. A maioria das lavouras se encontra em diversos estádios fenológicos, com destaque para as áreas de cultivo já realizando a operação de colheita em Santa Catarina, atingindo mais de 56% da área total, e Goiás com 25% colhida.
Houve aumento de área cultivada, tanto do arroz irrigado quanto do sequeiro, comparada com a safra passada, principalmente devido à expectativa com a melhoria dos preços praticados no mercado do cereal.
A área de arroz irrigado foi estimada em 1.233,8 mil hectares, com aumento de 4,9%, comparada à safra anterior. Quanto ao arroz de sequeiro, houve um aumento de área em 3,8% em relação à safra 2022/23, estimada, para a safra 2023/24, em 314,9 mil hectares.
ANÁLISE
Rio Grande do Sul
A semeadura nas áreas produtoras do estado foi concluída, onde, constatou-se uma leve redução de área decorrente das chuvas excessivas e enchentes ocorridas no período da semeadura, inviabilizando a operação em algumas áreas.
Na região da Fronteira Oeste observou-se o início da colheita que, até o momento, alcançou uma produtividade bem acima das áreas colhidas em outras safras e semeadas na mesma época, assim como a qualidade do produto colhido, estando acima de 62% de grãos inteiros, com uso de
cultivares de alta produtividade e excelente qualidade de grão.
Nas demais regiões do estado, a lavoura de arroz tem bom desenvolvimento, superando boa parte das adversidades climatológicas enfrentadas no início do ciclo. Atualmente, os estágios de desenvolvimento são, principalmente, 38% em floração, 23% em fase de enchimento de grãos e 31% em maturação.
A área colhida ainda não atingiu 1% da área estadual, tendendo ao avanço da operação em todas as áreas implantadas. Nas regiões de Campanha e Zona Sul, a incidência de baixas temperaturas pode ter efeitos prejudiciais às lavouras, principalmente para as plantas no período de floração.
Santa Catarina
Com o início da colheita na região sul, o que se observa é uma tendência na redução da produtividade das lavouras, devido ao excesso de precipitação no início do plantio, o que prejudicou a implantação da cultura e o desenvolvimento inicial, bem como a ocorrência de temperaturas elevadas durante o florescimento, podendo ter causado abortamento de flores.
Ainda assim, considerando a plasticidade e a capacidade de recuperação das plantas de arroz e com o manejo adequado das lavouras sendo executada seguindo as recomendações técnicas, a expectativa ainda é de uma boa safra. Sob a questão de sanidade nas áreas de plantio, observa-se o aumento de plantas invasoras, principalmente o arroz vermelho.
O forte calor, aliado com chuvas na colheita (que já atinge mais de 40% no estado), têm demonstrado também algumas variedades mais suscetíveis ao brotamento no cacho, sendo nas primeiras lavouras colhidas, algumas áreas apresentaram grãos de baixa qualidade e rendimento, com aumento de grão gessado.
Tocantins
As chuvas tem sido bem distribuídas nas áreas de arroz irrigado, favorecendo o desenvolvimento da cultura, que está em diferentes estágios. A colheita começou a avançar para outras regiões do estado, na região da Lagoa da Confusão/TO, a produtividade inicial tem ficado entre 70 scs/ha
100 scs/ha, sendo áreas que sofreram com a falta de água para irrigação no início do cultivo, e o produto colhido, tem obtido rendimento de 40% a 50% de grãos inteiros.
Na região de Formoso do Araguaia/TO, há áreas que não estão colhendo um talhão completo, visto que as lavouras ficaram com a maturação irregular devido às adversidades no clima da região.
A produtividade média melhorou com o avanço da colheita, com média de 93 scs/ha. Nas áreas com plantio de arroz de sequeiro, as chuvas regulares no estado favorecem as lavouras que entraram em fase reprodutiva, enchimento de grãos e maturação, com plantas em diferentes estágios fenológicos.
A semeadura foi estendida até janeiro, com aumento de área de abertura para a cultura da soja em virtude da melhora dos preços praticados na época.
Maranhão
A colheita do arroz irrigado foi praticamente finalizada, restando apenas poucas áreas do município de Viana. Houve aumento de área em relação à safra anterior devido abertura de novas áreas de plantio de novos cultivos. O plantio do arroz de sequeiro, com as chuvas significativas, foi
finalizado, e as lavouras se encontram em desenvolvimento vegetativo, floração e início de enchimento de grãos.
Nas regiões da Baixada Maranhense, ao norte, e no Médio Mearim, no centro do estado, ocorre o cultivo de arroz em sistema de cultivo “sequeiro favorecido”, que consiste no cultivo de sequeiro com uso de cultivares de arroz irrigado, em área planas onde ocorre inundação natural dos campos
por águas das chuvas, sem controle de irrigação, com pacote tecnológico mais moderno, onde as lavouras se apresentam em desenvolvimento vegetativo e no início da floração.
A maior parte do cultivo de arroz de sequeiro é realizada pela agricultura familiar, em plantios consorciados com milho, feijão-caupi e mandioca. Contudo, observou-se a redução drástica de área de plantio da agricultura familiar, na maior parte dos municípios do estado, ocasionada pelo atraso do início das chuvas e pela dificuldade na aquisição de sementes para o plantio.
Mato Grosso
As chuvas ocorreram em quantidade adequada, de acordo com a exigência hídrica da cultura. A colheita segue um pouco mais que 6% da área estadual, apresentando grãos com boa qualidade e número de inteiros dentro da tolerância. As lavouras estão principalmente nos estádios de enchimento de grãos e maturação, apresentando desenvolvimento vegetativo robusto e promissor. A colheita deve ganhar mais tração na segunda quinzena do mês vigente, quando parte dos arrozais das áreas convencionais estarão em pleno ponto de colheita.
3 Comentários
Sinceramente não quem informa a Conab com os dados de produtividade… Na fronteira-oeste para os arroz plantados entre agosto/setembro a quebra gira entre 15 a 20%… Esses números são consenso entre os produtores da região! Com os temporais acamou muito arroz! Para o final de março temos a entrada de temperaturas mais amenas… Esse aumento de produção/produtividade é meio fantasioso! Todos sabemos que esses dados forçam a queda dos preços nesse período, mas a realidade é bem diferente!
Aqui na planície costeira externa as primeiras lávouras estão 10% menos q ano passado salve alguns papagaio de piratas q estão colhendo acima da média não cei de onde tiram estes números.
Acredito q no RS a intenção de plantio ficou longe dos 90% por conta das enchentes recorrentes q levou muitos a desistirem de replantar pq não havia mais sementes. Agora 50% está em plena flor e uns 25% em estágio vegetativo, e o el nino ainda está ativo, qquer excesso de chuva agora é prejudicial ao arroz. Não podemos fantasiar os dados pq a realidade é outra.