Federarroz entra com ação no MDIC para barrar importação
O presidente da Federarroz, Valter Pötter, diz que a salvaguarda é necessária para proteger o produtor nacional, que estaria arcando com prejuízo de até R$ 8 a saca de 50 quilos.
A Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) entra hoje à tarde no Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) com uma petição administrativa para que sejam adotadas salvaguardas contra as importações de arroz. A medida prevê taxação de 50% das importações por um período de quatro anos e afeta principalmente as importações do Mercosul, que exporta para o Brasil, em média, 700 mil toneladas de arroz por ano.
O presidente da Federarroz, Valter Pötter, diz que a salvaguarda é necessária para proteger o produtor nacional, que estaria arcando com prejuízo de até R$ 8 a saca de 50 quilos. Segundo ele, enquanto a Conab estima o custo de produção de arroz em R$ 30/saca, no mercado o produto é comercializado hoje entre R$ 22 e R$ 23/saca. Potter diz que os preços estão deprimidos porque o Brasil segue importando arroz mesmo tendo atingido, em 2004, a auto-suficiência na produção. Na última safra o País produziu 12,7 milhões de toneladas para um consumo estimado em 12,6 milhões de toneladas.
O executivo da Federarroz diz que em 2003, quando o Mercosul enfrentou seca durante a safra de arroz, o Brasil passou a importar o produto também dos Estados Unidos e Tailândia. Em 2004, com clima favorável para o plantio, os países do Mercosul colheram safras maiores e, como a produção do Uruguai e da Argentina é superior ao consumo dos dois países, o Brasil é o principal mercado para o produto. De acordo com Pötter, a previsão é de que quando o Brasil começar a colher a nova safra de arroz, no final de fevereiro, haja ainda em estoque 1,5 milhão de toneladas de arroz.
Por conta disso, o setor produtivo do Rio Grande do Sul, com o apoio de produtores de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) , pede que sejam adotadas salvaguardas até 2008, período em que os arrozeiros pretendem promover “ajustes” com o objetivo de obter mais produtividade a um custo de produção similar aos dos outros países do Mercosul, onde, segundo Pötter, o produtor “paga menos impostos e tem insumos e maquinário a preços mais baixos”.