Barragem do Capané sob ameaça de racionamento
Barragem que abastece 50 lavouras em Cachoeira do Sul (RS) está quase 2 metros abaixo do nível para esta época do ano.
A falta de chuva nas últimas semanas já preocupa os administradores da Barragem do Capané, no interior do município gaúcho de Cachoeira do Sul, a 200 quilômetros de Porto Alegre. Para garantir o abastecimento de água aos produtores de arroz foi traçado um plano de racionamento dos recursos hídricos.
O administrador do complexo, Manoel Motta, o Maneco, está preparado para reduzir a vazão de água nas comportas, aplicando um sistema de rodízio de abastecimento aos associados. A medida só não será concretizada se chover nos próximos dias.
Solicitamos aos usuários da barragem que não interfiram na regulagem das entradas de água para suas lavouras, pois esta tarefa é exclusiva da autarquia, observou Maneco. O reservatório tem capacidade para irrigar 3,7 mil hectares de lavouras de arroz e está 22,5% abaixo do nível normal comparado com a média dos últimos 10 anos na mesma época.
O nível da barragem é verificado diariamente. Hoje o nível do reservatório onde a água sai está em 6,2 metros, 1,8 metro abaixo do normal para os meses de janeiro e fevereiro, explicou Maneco. A Barragem do Capané abastece mais de 50 produtores. Não há previsão de chuva para esta semana.
A medida da administração do reservatório é preventiva, pois a estiagem ainda não está prejudicando as lavouras de Cachoeira do Sul. Por enquanto, qualquer chuvinha já é suficiente para evitar perdas nas produções, mas há necessidade de chuva intensa nos próximos 15 dias para que as lavouras não sejam perdidas total ou parcialmente, destacou o chefe interino da Emater/Cachoeira do Sul, Sílvio Wilheln.
O presidente da Cooperativa Tritícola Cachoeirense, Nelson Schramm Júnior, acrescentou que as lavouras cachoeirenses ainda suportarão mais 10 dias sem chuva. Se passar deste período, as conseqüências começarão a aparecer, alertou Schramm.