Preços mundiais se mantêm firmes

Relatório mensal de analista do Cirad, Patrício Mendéz del Villar, avalia comportamento de preços do arroz em setembro
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Em setembro, os preços mundiais do arroz se mantiveram firmes mais uma vez, motivados pela forte demanda de importação e pela escassa oferta de exportação. Esta tendência deverá prosseguir até a chegada da nova safra asiática no final do ano. Nos Estados Unidos, os preços também aumentaram graças à reativação do mercado externo.

Produção e comércio mundiais

Em 2005, as últimas previsões indicam uma redução no comércio mundial para 25,2 milhões de toneladas, contra 27 milhões de toneladas em 2004. Esta contração se deve ao aumento da produção nos principais países produtores. Em 2004/05, a produção mundial teria alcançado cerca de 600 milhões de toneladas de arroz em casca, contra 585 milhões de toneladas do ano anterior, um aumento de 2,5%. Isso corresponde a 400 milhões de toneladas de arroz branco. A produção aumentou, sobretudo na China (+ 12%), onde a revalorização dos preços e a utilização massiva de variedades híbridas têm contribuído para elevar a oferta.

No resto do mundo, também se observou um incremento da produção graças ao aumento das áreas cultivadas e à melhor produtividade. Para o ano comercial 2005/06, espera-se uma nova alta, para 608 milhões de toneladas. Apesar disso, a oferta continua sendo insuficiente frente às necessidades de consumo (414 milhões de toneladas em equivalente a arroz branco), provocando uma redução de 6% nos estoques mundiais, para 94 milhões de toneladas, contra 100 milhões de toneladas no ano anterior. Este é o mais baixo nível dos estoques mundiais desde 1982.

Mercado de Exportação

Na Tailândia, os preços se mantiveram firmes, subindo 1% durante o mês de setembro. As compras públicas tendem a reduzir a oferta de exportação, apesar de um mercado pouco ativo. No final de setembro, as vendas tailandesas haviam caído cerca de 20%, para 5,3 milhões de toneladas, contra 6,7 milhões de toneladas no mesmo período do ano anterior. Em setembro, o Tai 100%B subiu para US$ 290/t Fob, contra US$ 286/t em agosto. O quebrado A1 Super também aumentou para US$ 217/t, contra US$ 215/t em agosto.

No Vietnã, os preços permaneceram estáveis, observando-se apenas uma leve alta. O abastecimento de arroz se encontra fraco enquanto a demanda de importação se mantém ativa. Em setembro, o Viet 5% atingiu uma média de US$ 256/t, contra US$ 255/t em agosto. O Viet 25% se manteve a US$ 236/t, contra US$ 241/t em agosto.

No Paquistão, em compensação, os preços de exportação caíram com a chegada da nova safra. Graças aos preços mais competitivos, este país espera aumentar suas vendas, sobretudo na África. Em setembro, o PAK 25% marcou US$ 236/t, contra US$ 241/t em agosto.

Na Índia, os preços alcançaram alta de 2% devido a uma redução da oferta de exportação. Não obstante, o mercado de exportação se manteve intenso e se estima que as vendas hindus possam aumentar em torno de 40% em relação ao ano anterior.

Nos Estados Unidos, os preços aumentaram graças à reativação do mercado externo. Fora de seu principal mercado centro-americano, as vendas estadunidenses progrediram no Oriente Médio, especialmente no Iraque. Em setembro, o arroz Long Grain 2/4 atingiu US$ 281/t, contra US$ 276/t em agosto.

No Mercosul, a oferta arrozeira continua superando as necessidades de consumo, provocando queda dos preços internos. No Brasil, as novas estimativas indicam redução de 5% na produção em relação ao ano anterior, devido à forte seca que afetou todo o país. Nos outros países da região, a produção também poderá cair em função dos baixos preços internacionais.

Na África, apesar do incremento da produção arrozeira, o déficit crônico do continente continua sendo importante. As importações africanas deverão oscilar este ano entre 7,5 milhões de toneladas, representando quase um terço das importações mundiais.

Mais informações em :
http://www.arroz.agr.br/site/interarroz/index.php

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