CNA defende preço mínimo e salvaguarda para o arroz brasileiro

Para a recuperação do setor, a CNA defende a fixação do preço mínimo do produto e restrições à importação.

Na semana passada o Ministério da Agricultura (Mapa), anunciou a liberação de R$ 700 milhões em operações de empréstimo para os produtores de arroz. A intenção do governo é dirimir os prejuízos dos produtores que perderam receita nas últimas safras.

Na avaliação de Rosemeire dos Santos, assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), liberações compulsórias de recursos pelo governo na fase de colheita ou comercialização não são suficientes para resolver o problema do endividamento dos arrozeiros. Para a recuperação do setor, a CNA defende a fixação do preço mínimo do produto e restrições à importação.

– Os produtores de arroz só irão sanar suas dívidas se o governo adotar uma política de sustentação de preços, que garanta ao produtor o preço mínimo para cobrir os custos de produção, e se forem aplicadas medidas de salvaguarda sobre as importações do produto – afirma Rosemeire.

Ela explica que os produtores não têm conseguido pagar as dívidas contraídas ao longo dos anos porque a receita obtida com a comercialização do produto tem sido menor do que os gastos aplicados no plantio.

– A rentabilidade do arroz é baixa e o custo de produção é muito alto. No sul do país, por exemplo, onde é cultivado o arroz irrigado, um hectare plantado custa cerca de R$ 3 mil – ressalta.

A assessora técnica destaca que a entrada do produto no Brasil por meio do Mercosul também desestabilizou os produtores. Segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a importação do produto em 2006 deve superar a marca de 1,4 milhões toneladas, volume bem maior que as 750 mil toneladas importadas em 2005, e também superior ao montante negociado em 2004 (728 mil toneladas).

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