Safra em início de plantio em Querência do Norte (PR)
A atividade envolve 220 produtores, a grande maioria da agricultura familiar.
Na lista da produção agrícola do município de Querência do Norte o arroz, pelo tamanho da área cultivada, 4.930 hectares, ocupa a 5 posição. Mas assume a ponta da liderança como principal fonte de movimentação do comércio local. No sistema de cultivo irrigado, a média de produtividade é de 5.700 quilos por hectare (95 sacas de 60kg), segundo o técnico da Emater, Jadir Francisco dos Santos, e responde por 25% da produção do estado. A atividade envolve 220 produtores, a grande maioria da agricultura familiar.
– Temos apenas oito médios produtores – informa o técnico.
A safra deste ano está em início de plantio. O cultivo no município, quase que na totalidade da área, utiliza a tecnologia da semente pré-germinada.
– A semente é lançada ao solo quando aponta a primeira raiz – explica o engenheiro agrônomo Kleber Canassa, que cultiva 200 hectares de arroz em conjunto com o pai e dois irmãos.
A tecnologia foi trazida de Santa Catarina há cerca de seis anos, por um grupo de produtores do assentamento Pontal do Tigre.
Entre as vantagens dessa técnica, Canassa cita mais fertilidade no solo com menos uso de adubo, menor infestação de ervas daninhas e ganhos na produtividade.
– O meio ambiente também lucra com a redução no uso de herbicidas.
O processo de pré-germinação da semente é feito pelo produtor.
– Os sacos de sementes são mergulhados em caixa com água por cerca de 30 horas. Depois são empilhados em um terreiro, ou mesmo no solo, e cobertos com lona preta.
Durante esse repouso, que dura até 4 dias, a umidade da semente e o calor do sol forçam a germinação.
Ainda segundo o agrônomo, a técnica permite que a semeadura ocorra com o solo coberto com a lâmina d”água.
– A água impede a entrada do oxigênio e inibe o surgimento de plantas daninhas, como o arroz vermelho.
Apesar de ser um tipo de arroz, ele é apontado como a principal invasora da cultura.
– É uma planta agressiva, toma conta da lavoura, acama com facilidade atrapalhando o desenvolvimento da planta comercial, os cachos debulham antes da colheita – enumera.
Não há, segundo Canassa, um herbicida específico para essa invasora que preserve o arroz cultivado.
O pré-germinado também permite o escalonamento do plantio e com isso a otimização da mão-de-obra e do maquinário.
– O plantio ocorre mais cedo e alongamos o ciclo de 140 para 160 dias, melhorando a produtividade – explica.
O sistema permite ainda mais uma colheita com a rebrota da soqueira. A produção é menor, mas ajuda a pagar a despesa.