Conab revisa dados da safra de arroz

Correção de área plantada com o grão deverá elevar em até 700 mil toneladas produção de 2006/2007.

A Conab irá rever o levantamento da área cultivada com arroz no Rio Grande do Sul. O novo estudo será feito em janeiro e deve ampliar a área plantada na safra 2006/07. Conforme o diretor de logística da companhia, Sílvio Porto, o equívoco foi detectado em maio, mas somente agora será corrigido devido à necessidade do dado para mensuração do estoque de passagem do ciclo anterior para o de 2007/08.

– Vamos aumentar a safra em 600 mil a 700 mil toneladas -, adianta.

O erro foi detectado após a divergência de informações coletadas pelo mapeamento por imagem e o questionário feito a campo.

– Só em Uruguaiana, devemos ter uma diferença de 20 mil hectares, que devem dar 100 mil t de arroz -, exemplifica.

Municípios como Alegrete e Itaqui também têm diferença. Porto admite que incorreções devem ter ocorrido em outros anos. O cálculo do estoque de passagem do grão terá que ser revisto.

De acordo com o quadro divulgado pela Conab em setembro, deveria haver apenas 505 mil toneladas nos armazéns (público e privado) até o início da colheita em março de 2008. No mesmo período deste ano, o número era de 1,5 milhão de toneladas. Porto estima que os novos cálculos apontem para 1 milhão de toneladas em fevereiro.

– Hoje, o governo tem 1,5 milhão de t. Devemos doar R$ 300 mil t para mantermos o preço -, justifica o diretor de logística da estatal.

O setor contesta a recontagem. O presidente do Irga, Maurício Fischer, diz-se, inclusive, surpreso.

– Como um órgão oficial fica passeando com os números? É ruim para o mercado saber disso agora -, contrapõe.

De acordo com levantamento do Irga, os estoques do grão ao início da próxima colheita, no Brasil, devem ficar em 600 mil toneladas.

– O mercado está com tendência de alta, apontando para a escassez de arroz -, frisou.

O vice-presidente de Mercados da Federarroz, Marco Tavares, lembra que, só o RS reduziu a colheita de 2006/07 em 500 mil toneladas em função da diminuição de mananciais. A previsão do dirigente é que a parte do estoque de passagem que cabe aos arrozeiros esteja zerada ao final de fevereiro.

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