Arroz terá selo socioambiental
Ainda não existe perspectiva de quanto será o prêmio pelo produto certificado. Ontem, o grão era avaliado em R$ 23 a saca (50 quilos).
Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul vão ter um selo de responsabilidade socioambiental. A meta é que neste ano, 10% da lavoura gaúcha – 900 propriedades – esteja inscrita no selo que, posteriormente, servirá para rastrear o produto. A estimativa é que uma futura certificação possa também abrir novos mercados no exterior. No ano passado, o País exportou 320 mil toneladas de arroz – a maior parte de grão quebrado, ou seja, de menor valor agregado. Ainda não existe perspectiva de quanto será o prêmio pelo produto certificado. Ontem, o grão era avaliado em R$ 23 a saca (50 quilos).
– Com um selo desses, o produtor pode estar de olho no mercado internacional. O grande pulo do gato é isso, pois hoje o mercado depende de recursos governamentais para a sua manutenção – afirma Élcio Bento, analista da SAFRAS & Mercado.
Segundo o presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Maurício Fischer, o selo visa certificar aqueles produtores que estão adequados à legislação, usando tecnologia de produção mais limpa, com licença ambiental, entre outras normas sociambientais.
– No mercado internacional isso pode se reverter em prêmio – afirma.
O presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha, diz que, a partir do ano que vem, quando já houver uma quantidade de fazendas inscritas no selo, é que o setor poderá buscar mercados que valorizem práticas de responsabilidade socioambiental. A instituição não tem estimativas de um prêmio, mas acredita que pode-se conseguir valores superiores aos atuais.
Na próxima quinta-feira, o setor se reúne em Pelotas (RS) para discutir um mecanismo de apoio à exportação. A idéia é que o governo federal conceda um subsídio que garanta a diferença entre o preço internacional e o interno. A proposta é conseguir alavancar as vendas externas, elevando-as para 700 mil toneladas.
O setor está pleiteando apoio de R$ 70 milhões para este programa. Outra medida que pode ajudar no aumento das vendas externas, no Rio Grande do Sul, é a restauração do silo da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), no porto de Rio Grande. O armazém tem capacidade para estocar de 60 mil toneladas.