Fenômeno La Ninã está ajudando o Brasil a alcançar safra recorde

Segundo levantamento da Gazeta Mercantil com as principais consultorias do setor, em relação a fevereiro, houve melhora na produtividade das principais culturas brasileiras.

O fenômeno La Ninã está ajudando o País a colher a maior safra de sua história, com produtividades acima das esperadas de soja e milho no Paraná e em Mato Grosso. Por isso, a estimativa é que o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a ser divulgado nesta quinta-feira (06-03), aponte uma produção total acima de 136,3 milhões de toneladas.

Segundo levantamento da Gazeta Mercantil com as principais consultorias do setor, em relação a fevereiro, houve melhora na produtividade das principais culturas brasileiras.

– Foi uma estação com boas chuvas – diz o meterologista André Madeira, da ClimaTempo, ressaltando, no entanto, que o fenômeno provocou redução das chuvas no Sul – principalmente no Rio Grande do Sul.

Os analistas, porém, são unânimes em afirmar que as estimativas anteriores da estatal já mostravam a quebra de safra naquele estado por conta do clima.

A maior melhora na produtividade ocorreu com o milho no Paraná. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) daquele estado, a produtividade média alcançada até o momento – com quase 20% colhido – é 9,7% maior que a esperada: 7.095 quilos por hectare. Para a soja, o incremento é de 3,2%: 3.136 quilos por hecare para pouco mais de 15% colhido. “Tem tudo para ser uma safra boa mesmo”, diz a Engenheira-agrônoma Margorete Demarchi.

Em Mato Grosso, segundo a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), a produtividade da oleaginosa também está acima do esperado. Mas o gerente-técnico, Luís Nery Ribas, lembra que apenas 30% a 40% foi colhido e que este incremento está se refletindo no aumento dos custos futuros.

Pelas estimativas da Céleres, com cerca de 16% da safra de soja brasileira colhida, a produtividade média brasileira passou de 2.761 quilos por hectare para 2.769 quilos por hectare. No entanto, o sócio-diretor da empresa, Leonardo Sologuren, lembra que o último levantamento apurou que a área cultivada foi menor que a esperada anteriormente e, com isso, a produção passou de 59,1 milhões de toneladas para 59 milhões de toneladas.

Para o milho, enquanto a Céleres acredita em produtividade maior, a Safras & Mercado acredita que os problemas no Sul foram “compensados” pelas melhoras nos demais estados. No Centro-Sul a produtividade passou de 5.058 quilos por hectare para 5.083 quilos por hectare.

– Deu algum problema no milho plantado mais cedo e os tardios estão recuperando a produtividade – afirma Sologuren.

– É possível que a produtividade média seja melhor do Paraná para cima. Mas pior em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Mas nada que altere o número global – afirma Paulo Molinari, da Safras & Mercado. A consultoria prevê 52,7 milhões de toneladas, somando a primeira e a segunda safras.

Na estimativa de Fábio Turquino Barros, da AgraFNP, diz que sem dúvida, muitos estados vem apresentando produtividade muito boa, exceto o Rio Grande do Sul. Pelas projeções da consultoria, até o momento entre 10% a 12% da produção foi colhida.
Demais lavouras

Para o algodão, segundo Miguel Biegai Júnior, da Safras & Mercado, ainda é cedo para fazer uma previsão da produtividade.

– A fase decisiva para a lavoura é a segunda quinzena de março e abril – diz. A consultoria prevê uma colheita de 1,45 milhão de toneladas ante a 1,5 milhão na safra passada.
Para o arroz, segundo a Safras & Mercado, a colheita será 5,5% superior, estimada em 12,1 milhões de toneladas.

O analista, Élcio Bento, diz que a empresa reviu os números da lavoura, pois houve recuou de área plantada em Mato Grosso, diminuindo, com isso, em 100 mil toneladas a projeção total. A consultoria está projetando uma produtividade média brasileira de 6.850 quilos por hectare ante a 6.830 quilos por hectare registrados na safra passada.

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