Vigilância apreenderá arroz impróprio

Cerca de 200 toneladas de arroz deverão ser apreendidas no próximo mês nas unidades regionais de Santa Inês e Barra do Corda, interior do Maranhão, com suspeita de contaminação pelo fungo causador do beribéri. .

Cerca de 200 toneladas de arroz deverão ser apreendidas no próximo mês nas unidades regionais de Santa Inês e Barra do Corda, interior do Maranhão, com suspeita de contaminação pelo fungo causador do beribéri. A última etapa da ação, que já foi realizada nas unidades regionais de Imperatriz e Açailândia, entre 18 a 25 de fevereiro deste ano, teve de ser protelada para abril em decorrência das chuvas.

– Não realizamos as últimas inspeções nas regionais de Santa Inês e Barra do Corda devido às chuvas, que impossibilitaram nosso acesso a estas cidades – afirmou o superintendente estadual de Vigilância Sanitária.

Nesse mesmo período a Vigilância Sanitária, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e as Secretarias Estaduais da Agricultura (Seagro) e da Saúde (SES), realizarão oficinas de capacitação aos agricultores das regiões.
Nestas oficinas serão ministradas noções de saúde e qualidade do armazenamento do arroz.

Já as quatro mil toneladas do grão, que foram apreendidas em fevereiro sob as mesmas suspeitas de contaminação, em 502 usinas de 27 municípios do Maranhão, permanecem estocadas sob o controle da Vigilância Sanitária.

Segundo o superintendente estadual da agência, Arnaldo Muniz Garcia, todo o arroz apreendido estava em condições impróprias de armazenamento, com relação à temperatura e umidade necessárias à saúde do cereal. Garcia explicou que, caso o estoque seja submetido a um grau de umidade excessivo, o arroz torna-se vulnerável à proliferação do fungo Penicilium Citreonogrun, motivador do beribéri.

O estoque de arroz apreendido deverá ser ressarcido aos agricultores pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão federal ligado ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As incinerações do arroz serão feitas em data a ser agendada, segundo decisões da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), que localizará o melhor local para a destruição dos grãos.

BERIBÉRI
A inspeção nas usinas do interior do estado foi motivada por uma descoberta da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que relacionou os últimos casos de beribéri registrados no Maranhão ao consumo de arroz produzido por pequenos agricultores das regiões de Imperatriz, Açailândia, Santa Inês e Barra do Corda.

O armazenamento em condições impróprias teria exposto o produto ao fungo Penicilium Citreonogrun, responsável pela liberação da toxina Citreoviridina, que inibe a absorção de vitamina B1 pelo organismo. A ausência desta vitamina provoca fraqueza muscular, dificuldades respiratórias, e pode até afetar o coração, dando origem a uma cardiomiopatia denominada beribéri cardíaco.

Segundo informações da Secretaria de Saúde, só no fim do ano passado, período do último surto de beribéri no estado, foram registrados 603 casos da doença, e nenhum óbito. Em 2006, porém, a doença teria motivado 32 mortes, e contaminado um total de 466 pessoas.

NÚMEROS

* 87 toneladas já foram apreendidas em fevereiro nas regiões de Imperatriz e Açailândia

* 200 toneladas serão apreendidas em abril, nas regiões de Santa Inês e Barra do Corda

* 1069 casos da doença já foram registrados desde 2006

* 32 mortes foram motivadas pelo fungo Penicilium Citreonogrun

* 31 municípios maranhenses foram atingidos por surtos de beribéri, nos anos de 2006 e 2007

* 4 mil toneladas interditadas sob suspeita de contaminação, provenientes de 502 usinas de 27 cidades das áreas de Imperatriz, Açailândia, Santa Inês e Barra do Corda

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