Safra do equilíbrio
Em meio à crise mundial do arroz Brasil colhe bem
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O Brasil está concluindo sua safra de arroz 2007/2008 com a colheita das últimas lavouras do Nordeste. Os números divulgados em agosto pela Conab consolidam a expectativa de equilíbrio nos mercados, mas geram expectativa de aumento de área e produção para o ciclo 2008/2009. Segundo a Conab, o Brasil colheu 12,11 milhões de toneladas, 7% a mais que na safra passada. A produtividade cresceu 10,3%, com média de 3.813 quilos/hectare. Este dado é significativo, diante da área de 2,87 milhões de hectares, 3% menor que o ciclo anterior. “O Brasil produziu mais em menor área”, explica Paulo Morceli, da Conab.
Há razão para isso. Com a retração da produção de arroz no Centro-oeste, Sudeste e Norte do Brasil, as áreas irrigadas do Sul, de alta produtividade, pesaram mais no levantamento. A maior média foi registrada na lavoura gaúcha, com 6.902 quilos/hectare.
O Rio Grande do Sul teve a maior área – 1,06 milhão de hectares – e colheu 7,36 milhões de toneladas. Este volume representa 60,78% da produção nacional. Santa Catarina foi o segundo maior, com 1,02 milhão de toneladas, e em terceiro o Maranhão, com 699 mil toneladas. O Mato Grosso, que já foi o segundo principal, é o quarto: 681 mil toneladas.
REGIÕES – Entre as regiões, o Sul é o maior produtor. Colheu 8,55 milhões de toneladas, ou 70,62%, contra 1,18 milhão de toneladas do Nordeste (9,76%), 1,11 milhão do Centro-oeste (9,19%), 1,02 milhão do Norte (8,43%) e 239,7 mil toneladas do Sudeste (2%). A colheita nacional, de 12,11 milhões de toneladas, fica abaixo da previsão de consumo, de 13 milhões de toneladas. Isso, porém, não significa desabastecimento. Há os estoques do Governo, estimados em dois milhões de toneladas em fevereiro/08, e previsão do Brasil importar 600 mil toneladas do Mercosul. A Conab estima o suprimento em 14,73 milhões de toneladas em 2008 para consumo de 13 milhões e a exportação de 700 mil. Ou seja, ainda deve sobrar perto de um milhão de toneladas de arroz nos estoques do país para o próximo ano.