Fonte de tecnologia

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Elias: manejo tecnológico

Armazenagem e secagem de arroz: tem fonte de consulta.

O professor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Moacir Cardoso Elias, um dos maiores especialistas brasileiros em armazenagem e secagem de arroz e outros grãos, está lançando o livro “Manejo tecnológico da secagem e do armazenamento de grãos”. A publicação é uma fonte de consulta sobre tecnologias de arma-zenagem e traduz os conhecimentos obtidos nos centros de pesquisa e nas universidades para o produtor e o técnico com um linguajar simples e objetivo. Para o especialista, o Brasil é um país de vocação agrícola e que tem desenvolvido muito a capacidade de produção, mas perde muito produto depois de colhido, tanto em qualidade quanto em quantidade, por falta de alguns cuidados e também de conhecimento. 

Com lançamento na Expointer 2008, em Esteio (RS), o livro tem dois grandes enfoques: manejo tecnológico aborda as propriedades dos grãos e aspectos científicos e operacionais. A segunda parte destaca a legislação da armazenagem, segurança do trabalho em unidades de armazenamento e no controle e preservação ambiental. 

Elias explica que a partir de 2009 entra em vigor a lei de armazenagem, onde empresas ou pessoas físicas que prestarem serviços a terceiros terão que credenciar sua unidade junto à Conab. 

Para que a unidade seja certificada terá de passar por um serviço de auditoria por empresa de certificação. A publicação traz maiores esclarecimentos sobre este tema. 

Coordenador do Laboratório de Pós-colheita, Industrialização e Qualidade de Grãos do Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel de Pelotas (RS) e representante da Associação Brasileira de Pós-colheita no Comitê Nacional de Armazenagem, Elias é autoridade em industrialização e parboilização.

NUTRICIONAL – De acordo com o especialista, o arroz é um produto de altíssimo valor nutricional para a saúde, faz parte da dieta básica e trata-se da nossa maior fonte de carboidratos na alimentação. “94% a 96% dos brasileiros consomem arroz”, lembra. O amido de arroz libera energia lentamente. “Por essa característica não dá picos glicêmicos e se for parboilizado agrega vantagens como amido resistente, que atua no organismo como se fosse fibra”. Para a conservação dessa cultura não há um segredo. É necessário usar tecnologia, conhecimento e organização.

Processo interfere no preço

O arroz é produzido em curto espaço, tanto geográfico (quase dois terços do arroz são produzidos no RS e SC) como de tempo para colheita. Todo produto que tem alto valor nutricional se deteriora fácil. Por isso é necessário ter um bom sistema de conservação e estrutura para receber, secar e armazenar. Segundo Moacir Elias, por questão cultural geralmente os produtores se preocupam em aumentar a área de produção e não em instalar silos e secadores. Assim, deixam para a indústria esta parte do processo. 

Como a indústria recebe o arroz do produtor, dificilmente comprará no primeiro semestre, pois estará indiretamente abastecida. Em síntese: não há demanda, não tem preço. “Ironicamente, sem estrutura para secar e armazenar, o produtor financia o baixo preço do arroz no primeiro semestre”. No segundo semestre, com estoque menor, inicia a comercialização, quando as relações de oferta e procura elevam o preço do produto. “Este ano os alimentos, de modo geral, estão em uma fase de valorização, mas o produtor bem-informado sabe que a agricultura vive de ciclos”, diz o professor. “Quando a gente trabalha com arroz, não se trata só de negócios. Antes de mais nada, o arroz é alimento”, avalia.

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