Consultor da FAO

 Consultor da FAO

O consultor australiano da FAO para transferência de tecnologia em produção de arroz, Warwikc S. Clampett, idealizador do programa Rice Check, na Austrália, esteve no Rio Grande do Sul no final de junho para conhecer de perto o Projeto 10/RS e palestrar no Seminário Lavoura em Evolução, no município de Dom Pedrito. Clampett foi um dos idealizadores do programa de transferência de tecnologias Rice Check, que ajudou a aumentar em 50% a produtividade média da lavoura arrozeira australiana. Como no projeto gaúcho, o programa australiano prega a formação de grupos de produtores que aplicam, avaliam e discutem as tecnologias e os métodos utilizados para obter altas produtividades, e depois os difundem para outros arrozeiros. 

Com esta filosofia de trabalho e o advento de cultivares de grãos médios com alta produtividade, a Austrália saltou de uma média de seis toneladas/hectare na década de 80 para mais de nove toneladas/hectare. Ainda assim, a produção da Austrália é pouco maior do que a de Uruguaiana (RS), variando entre 110 mil e 180 mil toneladas. Os australianos consomem 11 quilos de arroz por ano, contra 48 quilos dos brasileiros. Cerca de 90% da produção é exportada para a Ásia. 

Segundo Clampett, especialista mundial em transferência de tecnologias para a lavoura de arroz, o Rio Grande do Sul está no rumo certo ao desenvolver um projeto com tão significativo impacto já nas primeiras safras. Observou, porém, que é preciso levar esta tecnologia de manejo a todas as lavouras do estado, o que propiciará maiores níveis de competitividade para a orizicultura gaúcha.

 

Arroz para matar a fome no mundo

O representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), José Tubino, quer que o Brasil aproveite melhor a sua produção de arroz. Segundo ele, a parcela mais nutritiva do grão está sendo dada aos animais. Tubino observa que o farelo de arroz deveria ser melhor aproveitado e antecipa que o cereal continuará como foco de ações da FAO em 2005, uma forma de reeditar a campanha da ONU de Ano Internacional do Arroz.
Tubino afirma que o arroz é o principal produto da cadeia alimentar e a alternativa para acabar com a fome no mundo. “É difícil de acreditar, mas um número de pessoas três vezes maior que a população do Brasil passa fome e 840 milhões são desnutridos. Até 2030, o mundo precisará de uma produção de arroz 38% maior. Todos os países podem aumentar a produção, mas alguns estão deixando de plantar arroz em razão do baixo preço. O arroz é vida”, observou Tubino. 

José Tubino, 56 anos, representante da FAO no Brasil, é natural do Peru, onde formou-se em Zootecnia. Nos últimos três anos ele está morando em Brasília, mas mantém residência no Canadá, onde fez pós-graduação em Desenvolvimento Agrícola e Rural e se aperfeiçoou em sustentabilidade dos sistemas de produção. Segundo dados da ONU, 80% do arroz produzido no mundo é cultivado por pequenos agricultores dos países em desenvolvimento. O Brasil ocupa a nona posição entre os países produtores do cereal, mas está no terceiro lugar em importação do grão para o abastecimento interno. O arroz é a principal fonte de alimento para mais de 50% da população do planeta.

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