Fora de Controle
Governo não conseguiu ditar regras ao mercado
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As ações desenvolvidas pelo Governo Federal, através dos ministérios da Agricultura e da Fazenda, para enxugar o mercado de arroz no Brasil e promover uma recuperação de preços tiveram um resultado muito aquém do que era esperado, reconheceu o diretor da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Vilmondes Olegário. Segundo ele, o Governo Federal desembolsou R$ 226 milhões nesta safra, beneficiando 8,3 mil produtores. Cerca de 80% destes orizicultores são do Rio Grande do Sul.
O benefício abrange, segundo Olegário, 52% da área com arroz. Os investimentos representam que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está com dois milhões de toneladas de arroz em estoques reguladores. Além disso, foram movimentados R$ 600 milhões em recursos para os Empréstimos do Governo Federal (EGF) e Aquisições do Governo Federal (AGF), em uma produção de arroz estimada em R$ 3 bilhões.
Custo Brasil atrapalha exportação
Nas últimas duas safras de arroz, o Brasil alcançou a sua auto-suficiência. O ingresso exagerado e desorganizado de arroz do Mercosul e de terceiros países complicou o mercado. A solução que está sendo negociada entre as entidades representativas da indústria e de produtores com o Governo é a criação de mecanismos que viabilizem a exportação de, pelo menos, 200 mil toneladas de arroz beneficiado.
A solução apontada é lógica, mas ainda difícil de ser concretizada por causa do chamado Custo Brasil. "A redução do Custo Brasil para que possamos competir no mercado externo é fundamental para viabilizar a exportação. Enquanto não ocorrer isso, o Governo Federal terá que criar mecanismos compensatórios", avisa Nilo Trevisan, presidente do Sindicato da Indústria do Arroz do Rio Grande do Sul.
O entrave
• É muito alto o custo agregado do produto, como por exemplo as taxas, como a de classificação do arroz, cobradas no RS. Só os encargos somam mais de 37% do custo final do arroz que chega à mesa do consumidor.
• O arroz que chega ao consumidor tem também uma carga de 12% de ICMS.
• A indústria trabalha para convencer o Governo a sobretaxar supérfluos e reduzir o imposto sobre os itens da cesta básica para 2,5%.