União
É ilusão acreditar que a indústria põe o preço no arroz do produtor! O varejo está cada vez mais concentrado e paga o que quer. André Barretto, presidente da Fearroz e da Abiarroz.
Um grupo de produtores de Alegrete (RS) organizou-se para adquirir conjuntamente mais de 5 mil toneladas de fertilizantes para o cultivo da safra 2011/12. O objetivo é conseguir preços mais acessíveis. Estimam que a redução nos preços pode chegar a 15% sobre os valores que pagariam na compra individual. A compra também foi antecipada para evitar o pico de preços. A medida visa reduzir os custos de produção. A iniciativa tem o apoio da Associação de Arrozeiros. Uma ideia a ser semeada Brasil afora.
Indenização
Cerca de 11 mil arrozeiros dos Estados Unidos dividirão a indenização de 750 mil dólares que será paga pela multinacional Bayer por conta da contaminação das lavouras entre 1998 e 2001 por duas variedades transgênicas. O produto entrou no mercado sem autorização dos reguladores federais. Diversos países cancelaram ou restringiram a compra de arroz dos Estados Unidos, afetando os preços da commodity. Na época, as variedades pertenciam à Aventis, empresa em parte tornada subsidiária da Bayer CropScience. O Brasil, por hora, não corre este risco.
Sinuelo
Produtores gaúchos poderão contar com mais uma arma no combate ao arroz vermelho a partir da safra 2011/12. Trata-se da variedade de arroz BRS Sinuelo CL, que é fruto da parceria entre a Basf, a Embrapa Arroz e Feijão e a Embrapa Clima Temperado. A nova cultivar, que se destaca principalmente pelo combate à praga do arroz vermelho, chegará ao mercado a partir de agosto e, adaptada ao Sistema de Produção Clearfield®, terá o papel de ajudar os orizicultores gaúchos a se livrarem das infestações. Testes de campo feitos nas seis principais regiões produtoras de arroz do Rio Grande do Sul apontam para uma produtividade média de 8,3 mil quilos por hectare.
Fortificação
Municípios brasileiros servirão o arroz UltraRice fortificado na merenda escolar para 65 mil alunos diariamente, pois cerca de 40% dos brasileiros têm anemia. Projetos-pilotos são desenvolvidos em Indaiatuba (SP), Dourados (MS) e Vespasiano (MG). Em Sobral, no Ceará, o UltraRice foi usado na rede pública de ensino. Em um ano os índices de anemia caíram de 27% para 11% em crianças de 6 meses a 2 anos de idade. A fórmula engloba zinco, ferro, ácido fólico e tiamina.
Arroz global
Agora vai. A rede Globo interessou-se, reuniu dirigentes da Federarroz e da Embrapa e pretende encampar uma grande campanha nacional de mídia com foco no aumento do consumo do arroz e do feijão. O objetivo é recuperar a presença do arroz com feijão no prato brasileiro, com foco na saúde e bem-estar dos consumidores. “As vantagens do arroz e feijão, trocados pelos fast- foods na alimentação dos brasileiros, são evidentes. Há uma preocupação do setor em ampliar o consumo do cereal pelo aumento da oferta interna, mas também há uma preocupação geral pelo aumento da obesidade e das doenças relacionadas ao sobrepeso no Brasil, e a Globo está comprando esta briga conosco”, destaca Renato Rocha, presidente da Federarroz. A proposta deve ser concluída em agosto.
PIS/Cofins
O deputado federal Jerônimo Goergen (PP/RS) solicitou à Receita Federal a retomada da cobrança de PIS e Cofins sobre o arroz industrializado importado, que atualmente é isento pela Lei nº 10.925/2004. Goergen defende o retorno da tributação sobre o arroz que ingressa no Brasil, como forma de fortalecer a lavoura orizícola, contribuindo com a retomada dos preços ao setor, e equilibrando a comercialização. Hoje, por vantagens tributárias, o arroz do Mercosul chega mais barato ao Sudeste e ao Nordeste brasileiros do que o arroz do Sul. E isso afeta os preços e exige grandes esforços do Brasil.
Origem
I Um grupo de cientistas estudou o genoma do arroz, interpretando a sua história evolutiva ao longo de milhares de anos. Os dados obtidos revelam que o arroz foi domesticado há cerca de 9 mil anos, no vale Yangtze, na China. Estudos anteriores sugeriam que o arroz tinha duas origens distintas, a China e a Índia, e davam força à perspectiva de terem existido domesticações paralelas em diferentes locais da Ásia, devido às grandes diferenças genéticas encontradas entre as subespécies índica e japônica.
II Os estudos que defendem uma origem comum para a domesticação do arroz, como este das universidades de Nova Iorque Washington e Purdue, consideram que o cereal tem origem na Oryzarufipogon. A separação das subespécies japônica e índica teria ocorrido apenas há 3.900 anos.
