E o grão virou ração

 E o grão virou ração

Zani: oportunidade

Arroz de baixa qualidade e impróprio para consumo humano pode ser usado para alimentar aves e suínos
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O uso de arroz na alimentação animal, principalmente o de baixa qualidade, é uma alternativa importante para ajudar na redução dos excedentes. O governo federal publicou no mês de setembro uma portaria interministerial que trata da destinação de parte do excedente de arroz do RS para ração animal. As operações serão feitas pelo Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro).

Segundo o secretário adjunto de política econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, a medida é viável graças à ação do governo gaúcho de desonerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “A transformação desse volume de arroz em ração animal ajuda no equilíbrio não só desta safra, mas também no da próxima, porque, se fosse para os estoques, esse volume pressionaria os preços para baixo no ano que vem”, declarou. “É uma medida a mais para reduzir o excesso de oferta de produto e aumentar o preço, que ainda está abaixo do preço mínimo”, completou.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou a realização de leilões para que criadores de aves e suínos adquiram cerca de 500 mil toneladas de arroz diretamente dos produtores. No entanto, o primeiro leilão, realizado em 14 de outubro, para comercialização de 150 mil toneladas de arroz em casca não obteve o sucesso esperado. As razões apontadas pelo setor são a burocracia, a quantidade de documentos e os critérios para participação do Pepro. A dificuldade, no entanto, não desanima o presidente da Federarroz, Renato Rocha: “Precisamos agora é ajustar esse mecanismo para que ele aconteça efetivamente”, observa.

Na prática, o uso de derivados de arroz na alimentação de aves e suínos já ocorre informalmente há muito tempo. “Alguns frigoríficos do RS utilizam os grãos quebrados, a quirera e a varredura da indústria como base para a ração animal”, lembra o presidente da Abiarroz, André Barreto. “É uma iniciativa louvável que agora passa a ser regulamentada com a decisão do governo”, elogia.

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