Vermelho e preto

Em sintonia com os problemas de comercialização e renda enfrentados pelos produtores de arroz de Santa Catarina, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) lançará em 2012 no mercado duas novas cultivares de arroz vermelho e preto. Destinadas a nichos de mercado, as novas variedades podem se tornar uma alternativa importante para agricultores que mantêm cultivo em pequenas áreas e buscam agregar valor à orizicultura.

O chefe da Estação Experimental do Arroz da Epagri, em Itajaí, José Alberto Noldin, coordena a pesquisa e destaca que o arroz vermelho foi desenvolvido a partir da seleção de espécies coletadas no campo, enquanto no arroz preto houve o cruzamento com variedades desenvolvidas pelo centro de pesquisas catarinense. As duas variedades destinam-se ao consumo integral, como as já desenvolvidas pelo IAC, em São Paulo, e pela empresa privada Ruzene, que hoje lideram a produção no mercado brasileiro. “Consumidas desta forma, estas variedades apresentam características nutricionais superiores às do arroz branco polido”, afirma Noldin.

A agregação de valor está no diferencial dos preços pagos pelo arroz vermelho e preto, que pode chegar a quatro vezes acima do grão branco, atualmente pouco valorizado no mercado brasileiro. Moacir Schiochet, pesquisador da Epagri, lembra que o arroz preto é comercializado a R$ 17,80 o quilo. Com produtividade estimada entre sete mil e oito mil quilos por hectare, respectivamente, o arroz preto e o vermelho não são indicados para cultivo próximo das lavouras do tipo branco. Apesar das características diferentes e do menor risco de contaminação das áreas, porque não debulham facilmente como as variedades que são pragas, a mistura pode depreciar o valor comercial das variedades tradicionais.

FIQUE DE OLHO

As novidades da Epagri não param por aí. Até fevereiro deve ser lançada a cultivar de arroz SCS 17, uma melhoria do SCS 117 Clearfield, mais resistente aos herbicidas da família das imidazolinonas.