Um mundo de possibilidades

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Ariano: potencial para etanol

Pesquisa vai buscar
variedades de arroz
para produção de etanol.

Chegará o dia em que o produtor de arroz definirá quais as variedades cultivará em sua lavoura não apenas pelas suas características agronômicas e resultado de engenho, mas também por finalidade a que se destina sua comercialização. Por exemplo, o consumo humano, um nicho de mercado, como o arroz cateto ou japônico, ou mesmo reservando uma parte para variedades destinadas à ração animal ou produção de energia.

De olho nisso a área de pesquisa já se antecipa. Na programação da 22ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, de 23 a 25 de fevereiro, em Restinga Seca (RS), está prevista uma palestra do pesquisador Ariano Martins Magalhães Júnior, da Embrapa Clima Temperado, no dia 24, sexta-feira, às 17h30min, que promete chamar a atenção da cadeia produtiva. Ele falará sobre
O melhorista da Embrapa Clima Temperado explica que a ampla adaptabilidade do arroz, aliada à sua habilidade de produzir bem nas mais variadas regiões e ao continuado esforço da pesquisa no mundo, assegura que o seu grão permaneça sendo um importante produto de consumo pelo homem.

Ao longo da história o arroz (Oryza sativa L.) tem sido um dos alimentos humanos mais consumidos no planeta. O cereal supre, no mínimo, metade da caloria energética da população mundial, principalmente para as populações pobres dos países de regiões tropicais e subtropicais e dos chamados países emergentes ou em fase de desenvol-vimento. “No entanto, muito pouca ação tem sido realizada para utilizar o arroz como matéria-prima que não seja diretamente o consumo humano”, destaca.

Segundo Ariano Júnior, as influências combinadas da natureza, da seleção humana, da diversificação edafoclimática e de práticas culturais variadas permitiram uma ampla diversidade de ecótipos, atualmente encontrada no gênero Oryza. Este gênero, o Oryza, é atualmente composto por 23 espécies (Vaughan e Chang, 1995), com destaque para duas espécies cultivadas: O. glaberrima Steud. (arroz de origem africana) e O. sativa (arroz de origem asiática), que é a mais conhecida por sua importância na alimentação humana. “Para lançar uma cultivar para consumo humano é necessário atender padrões agronômicos aceitáveis para produção, padrões exigidos pela indústria e pelos consumidores”, explica.

Diante disso, o pesquisador descreve que o mercado consumidor brasileiro de arroz é ainda pouco diversificado e prioriza o consumo de arroz branco polido, parboilizado e integral. Os grãos devem apresentar o formato longo e fino, denominado agulhinha, onde a relação comprimento/largura deve ser de 3:1. Nas questões de qualidades industriais e culinárias a preferência do mercado brasileiro é para arroz vítreo, sem gessados e manchas, com alto rendimento de grãos inteiros após beneficiamento industrial e que seja macio e solto após o cozimento, características estas determinadas principalmente pelo teor de amilose e temperatura de gelatinização.

ETANOL
No caso de produção de etanol via grão de arroz, o processo de seleção do melhoramento genético é simplificado pela terça parte, pois visa atender apenas caracteres agronômicos onde o fator produtividade é o principal. “Não há necessidade de trabalhar com grãos de qualidade industrial e culinária”, diz Ariano Martins Magalhães Júnior, da Embrapa Clima Temperado. A maior parte dos componentes do grão de arroz é composta por amido (até 95% do peso seco), proteína (5-7%) e lipídeos (0,5-1%). “Sendo que o componente principal para produção de etanol é o amido. Assim tem-se encontrado linhagens com alto potencial produtivo, mas que não atendem os padrões de consumo humano, mas que podem ser plenamente utilizadas para produção de combustível”, acrescenta.

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