A diferença está no prato

 A diferença está no prato

Federarroz propõe campanha nacional
pelo consumo
de arroz com feijão.

Durante a 22ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, entre 23 e 25 de fevereiro, em Restinga Seca (RS), a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) apresentará uma proposta de campanha nacional na mídia pelo consumo de arroz com feijão. O prato, considerado pela Embrapa o par perfeito, é a base da alimentação nacional e além de aspectos nutricionais também envolve questões de saúde pública, sociais e econômicas.

“É evidente que a migração do consumo para fast-foods vem tornando a população brasileira mais obesa, gerando custos à saúde pública, danos à saúde humana e afetando a economia de regiões inteiras”, revela o presidente da Federarroz, Renato Rocha. Uma campanha de marketing já foi elaborada e o projeto será apresentado à cadeia produtiva em Restinga Seca.

Ao longo de 2011, na opinião do dirigente da Federarroz, o incentivo ao consumo de arroz – que deve incluir também o feijão – foi o único ponto da pauta de reivindicações do setor que não recebeu a devida atenção do governo federal. “Houve receptividade para outras questões muito importantes, mas a questão do apoio governamental ao incentivo do consumo de arroz na alimentação não evoluiu”, explica Renato Rocha. Para ele, esse é um dos pontos cruciais da pauta para 2012. Reuniões já aconteceram com segmentos do governo e também com dirigentes comerciais da Rede Globo, no Rio de Janeiro, que mostrou interesse em colaborar com a campanha no sentido de tratar-se de uma questão de saúde pública.

“O consumo de arroz e feijão é uma tradição brasileira, um prato rico em nutrientes e que só faz bem, pois está provado que os dois alimentos se complementam. É um hábito saudável comer arroz com feijão”, afirma a chefe-geral da Embrapa Estudos Estratégicos e Capacitação, Beatriz da Silveira Pinheiro, que também já chefiou a Embrapa Arroz e Feijão e participou de algumas das principais ações de promoção da dupla de alimentos nos últimos anos no Brasil. Ela participou também de reuniões com dirigentes do governo e instituições da mídia para expor tecnicamente o valor nutricional e a importância para a saúde, social e econômica, deste prato nacional.

“Reforçando a importância desta refeição no dia a dia do brasileiro estaremos contribuindo não apenas para a saúde em geral, mas para a redução dos custos com tratamentos contra obesidade e doenças a ela relacionadas, bem como estaremos resolvendo o problema de excedentes do Brasil”, diz Renato Rocha, da Federarroz. Segundo ele, há potencial para a produção nacional crescer, como visto na safra 2010/11, mas o consumo estacionou e ainda é preciso absorver os excedentes do Mercosul.

“Este ano ainda conseguimos exportar mais do que importamos e enxugar os estoques, mas se cada brasileiro comer uma colher a mais de arroz por dia, haverá mais saúde e os produtores serão remunerados com mais justiça pelo seu trabalho e produto, bem como os municípios produtores retomarão o desenvolvimento econômico e social”, argumenta. E define: “Mas isso não depende só do apoio do governo, mas também do apoio da indústria e demais segmentos da cadeia produtiva”, destaca.

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