África arrozeira

A ciência de arroz para a segurança alimentar e o desenvolvimento das agroindústrias na África é o tema do terceiro Congresso do Arroz da África, que acontecerá entre 21 e 24 de outubro próximo em Yaoundé, a capital da República de Camarões, organizado pelo Centro do Arroz para a África (AfricaRice). O congresso fará o balanço dos progressos da ciência e da tecnologia deste produto visando melhorar as práticas de produção, de transformação e de marketing em todos os aspectos naquele continente. Cerca de 800 pessoas, entre técnicos e representantes da sociedade civil, governos e produtores, são esperadas. Um dos temas principais em debate é a demanda de investimentos para aumentar a produção, a transformação e a comercialização do arroz na África subsaariana, atualmente grande importadora, inclusive do Brasil.

Arroz de beber

A cerveja Budweiser, que tem em torno de 40% de sua composição de arroz, está comemorando a conquista do topo das cervejas premium no Brasil, ultrapassando Heineken e Original, consolidando 13,1% de um mercado que movimenta anualmente R$ 3 bilhões. A marca é da Ambev/Inbev, mesma da Brahma, Skol, Antarctica, o que garante acesso aos pontos de venda. Em 2012 foram 13 bilhões de litros comercializados no Brasil, com receita total de R$ 62 bilhões. O arroz agradece.

Moléculas do bem
I Moléculas do farelo de arroz ajudam a prevenir o câncer, segundo pesquisa publicada na revista Advances in Nutrition. Elizabeth Ryan afirma que há um equilíbrio de componentes bioativos no farelo que mostra atividade anticancerígena, incluindo a capacidade de inibir a proliferação de células, alterar a progressão do ciclo celular e iniciar a morte celular programada, a apoptose, em células malignas.

II
Pesquisas com linhagens celulares de câncer e em modelos animais mostraram que os componentes bioativos do farelo de arroz agem não apenas no interior das células cancerosas, mas em torno destas para criar condições nos tecidos circundantes que promovem a função das células saudáveis, enquanto inibem as células cancerosas. Ryan e colegas estão avaliando como o farelo de arroz pode ajudar a promover uma resposta imune contra o câncer e modular o metabolismo da microbiota intestinal para a proteção contra a doença.

III Como há mais de 100 mil variedades de arroz no mundo, muitas delas com combinação única de componentes bioativos, é um grande desafio descobrir a composição ideal para a quimioprevenção. Outro desafio é garantir que as pessoas recebam o valor diário necessário para demonstrar esses efeitos. O arroz é um alimento acessível de baixo custo, por isso é usado como agente quimiopreventivo dietético e pode afetar parcela significativa da população mundial.

Cooperação
A Organização das Nações Unidas (ONU) quer maior interação com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nas ações do Programa Mundial de Alimentos (PMA). Entre os temas discutidos está a possibilidade de o Brasil vender ao PMA o excedente dos estoques públicos de alimentos (PGPM e Agricultura Familiar) e demais produtos que venham a ser demandados. Um armazém deve ser disponibilizado no Brasil para a ONU. Uma das primeiras ações desta parceria foi a doação de 500 toneladas de arroz, via PMA, para comunidades pobres na Bolívia.

Hoje não!
No principal país em consumo de arroz do mundo, com consumo por habitante próximo de um quilo por dia, a Indonésia, uma medida inusitada está sendo tomada pelo governo para reduzir o consumo, uma vez que o alimento vem aumentando de preço e os salários estão desvalorizados. A proposta é promover semanalmente o projeto “Um dia sem arroz”, no qual as pessoas devem consumir um alimento substituto ao arroz, desenvolvido por cientistas do Instituto de Agronomia de Bogor (Indonésia) a partir de plantas locais. O problema é que, por hora, o arroz artificial é mais caro do que o grão normal, cujos estoques no país são muito baixos.

Memorial do Arroz

Em espaço cedido pelo Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) será construído em Cachoeira do Sul (RS) o Memorial Nacional do Arroz. A cidade é conhecida como Capital Nacional do Arroz por seu pioneirismo na tecnificação da lavoura irrigada e por realizar a Feira Nacional do Arroz (Fenarroz) bianualmente. O prédio que fica na área dos engenhos, bem no centro da cidade, será revitalizado com o apoio de parceiros da iniciativa privada e servirá de palco para diversas máquinas e equipamentos, documentos e fotografias que retratam o passado da cultura arrozeira. A cedência da área pelo Irga será por 10 anos.

Reação
O grupo gaúcho Josapar está seguindo o líder no mercado de arroz, a Camil Alimentos, e vai ampliar seu mix de produtos 2013. No ano em que completa nove décadas de existência o grupo gaúcho Josapar comemora também a capacidade de se reinventar. O dono do arroz Tio João se prepara para ampliar sua atuação no mercado de alimentos, o que deve acontecer em março de 2013. Ao todo serão 26 novos itens no mercado, em quatro categorias de produtos, inclusive em novas áreas onde até então o grupo não atua. Augusto Oliveira Júnior, presidente do grupo e neto do fundador Joaquim Oliveira, relata que serão itens complementares ao portfólio da empresa que oferecerão ainda mais praticidade aos consumidores. Além da marca de arroz Tio João, a Josapar trabalha também com a linha de feijões Biju e os produtos SupraSoy, à base de soja.

Reviravolta
A Procuradoria-geral da República (PGR) ajuizou no Supremo Tribunal Federal três ações diretas de inconstitucionalidade (Adins 4901, 4902 e 4903), com pedidos de liminar, questionando dispositivos do novo Código Florestal Brasileiro relacionados às áreas de preservação permanente, à redução da reserva legal e também à anistia para quem promove degradação ambiental. A PGR pediu a suspensão da eficácia dos dispositivos questionados pelas Adins até o julgamento do mérito da questão. Como mais de 80% da plantação de arroz no Brasil está em áreas de várzeas, se julgada procedente a Adin das áreas de preservação permanente pode afetar diretamente esta cultura.

Cooperando
A Cooplantio, de Eldorado do Sul (RS), está cobrando em serviços de beneficiamento de arroz a dívida de R$ 6 milhões, provocada pelo desvio de 160 mil sacas de arroz que estavam depositadas na Cooperativa Agrícola Cachoeirense Ltda (Coriscal). Em setembro de 2012 foi descoberto que a empresa de Cachoeira do Sul (RS) desviou e vendeu 160 mil sacas de arroz da Cooplantio que estavam em seus armazéns. Ao invés de um processo judicial resolveu cobrar a dívida em serviços de beneficiamento de arroz. Serão 70 mil sacas por mês, por cinco anos, nas quais um percentual será direcionado para pagar a dívida. O presidente da Cooplantio, Daltro Benvenuti, acredita que esta foi a melhor saída.

Adubarroz
O Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) desenvolveu um programa de computador que faz recomendações técnicas para adubação e calagem das lavouras. O Adubarroz é um software livre de custos para os usuários, que será disponibilizado através do site do Irga. Trata-se de uma ferramenta que gera relatórios com um conjunto de recomendações técnicas específicas para cada lavoura, a partir das informações fornecidas pelo próprio agricultor, como análise de solo, variedade a ser utilizada, época de semeadura, entre outros. O Adubarroz foi desenvolvido a partir da elaboração do boletim técnico “Arroz irrigado: recomendações técnicas da pesquisa para o sul do Brasil”, publicado pela Sociedade Sul-brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai). O objetivo é reduzir custos e agregar tecnologia à lavoura. O site é www.irga.rs.gov.br.

Motorizado

Um orizicultor que participará da 23ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz em Restinga Seca (RS), entre 21 e 23 de fevereiro, ganhará uma camioneta Fiat Strada Working, modelo 2013, com motor 1.4 Flex, avaliada em R$ 28,3 mil. Para concorrer é preciso ter inscrição estadual habilitada e participar presencialmente da programação técnica do evento, o que lhe dará direito a uma cartela para concorrer.

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