Produtores rurais do sul do MS inovam para conquistar mercado

 Produtores rurais do sul do MS inovam para conquistar mercado

Produtor e engenheiro agrônomo Hidenori Kudo produz feijão preto

Empreendedores apostam no cultivo orgânico e na apresentação do produto.

Ao folhear um jornal de circulação nacional e ler uma reportagem sobre o cultivo do arroz preto, o produtor e engenheiro agrônomo Hidenori Kudo, interessou-se pelo negócio. Após pesquisa, ele comprou sementes do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) para produção convencional no município de Dourados-MS, iniciando a comercialização em 2007.

No ano seguinte, o Sebrae apresentou ao produtor um método de cultivo orgânico. Para ganhar mercado, Hidenori passou a frequentar cursos e orientações, até conseguir a Certificação Orgânica em 2011. “Esta conquista só foi possível por causa da grande ajuda que recebi da instituição”, garante.

Neste mesmo ano, teve acesso a ferramentas modernas de mercado e recebeu consultorias para elaboração da tabela nutricional do arroz preto, rico em Ômega 3; através do Sebraetec. O projeto da entidade de apoio às micro e pequenas empresas subsidia até 80% do valor das consultorias, o que incentivou Hidenori, em 2012, a também buscar instruções para desenvolver posteriormente um site à marca “Arroz Preto Miya – Orgânico”: www.arrozpretomiya.com.br.

Em um ciclo anual de 85 a 90 dias do plantio à colheita, a produtividade hoje na propriedade de Hidenori varia entre 2.500 e 3.000 kg por hectare do grão, que é exportado para os estados do Distrito Federal – onde abastece dois restaurantes – e Paraná (a um estabelecimento especializado na venda de produtos orgânicos, situado no Mercado Municipal de Curitiba); além de comercializado a um supermercado e uma frutaria da própria cidade de Dourados.

Apesar de possuir um nicho de mercado ainda bastante restrito, Hidenori acredita no potencial do arroz preto orgânico: “Quem conhece, sempre acaba comprando de novo”, garante.

O projeto

O Sebraetec, desenvolvido desde 2010 no estado, incentiva os participantes a promoverem melhorias nas áreas de Marketing, Metrologia, Processos Produtivos, Design (embalagens, produto, gráfica), Logística, Normatização, Certificação; entre outras soluções que possibilitam o acesso à inovação e tecnologia.

Até o ano passado, 6.196 micro e pequenas empresas e produtores rurais foram atendidos por meio de consultorias com subsídios do Sebraetec no Mato Grosso do Sul, que alcançaram ao todo o montante de R$ 12 milhões. Somente em 2012, na região norte do estado, 220 estabelecimentos obtiveram aporte de mais de R$ 385 mil.

A previsão para até o final 2013 é que um número superior a 3.200 pequenos negócios do MS recebam incentivos de quase R$ 6,5 milhões para realização de consultorias, que recebem até 80% de subsídio do Sebrae; os outros 20% podem ser parcelados em dez vezes pelo empreendedor.
“O empresário pensa que, para inovar, tem que criar algo inédito, diferente; mas, não. Ele pode aprimorar o processo produtivo, reduzir custos, otimizar o tempo, enfim, agregar soluções já existentes, mas que adaptadas à empresa garantam resultados positivos e destaquem a marca no mercado”, destaca o gestor do programa no MS, Pedro Paulo Loango.

Para saber mais sobre o Sebraetec e outras ferramentas disponíveis, basta acessar www.ms.sebrae.com.br ou ligar na Central de Relacionamento do Sebrae, no telefone 0800 570 0800.

2 Comentários

  • gostaria de salientar q a produção orgânica vem crescendo a cada dia e que é o melhor caminho, não apenas para a comercialização e produção como para o consumo.
    hoje temos no Rio Grande do sul vários assentamentos da reforma agraria que produzem arroz orgânico das mais variadas variedades. A maioria comercializados na marca Terra livre.
    só em um assentamento em Viamão na região metropolitana de Porto Alegre temos mais de 1000 hectares plantados de arroz orgânico anualmente, a média de produção é de 5 toneladas por hectare.

  • Me tira uma dúvida sr Pedro: por quanto vocês vendem esse arroz orgânico? Gostaria de saber porque, se nós, a grande maioria de “inorgânicos”, ao produzirmos perto do dobro de vocês estamos com dificuldades econômicas vendendo a R$33,00 por saco, vocês devem estar vendendo no mínimo pelo dobro disso, já que produzem quase a metade por há, não é?
    Outra coisa: será que este modelo de produção seria possível de ser replicado em mais de um milhão de hectares, que é a produção do RS? Neste caso, quanto de arroz teríamos que importar para suprir o consumo brasileiro?

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