Mercado comum
Brasil é grande
consumidor do Mercosul
e, só exportando,
mantém seus
preços internos .
Com um consumo médio anual de 12 milhões de toneladas de arroz, o mercado brasileiro é o grande alvo da produção orizícola dos demais países integrantes do Mercosul, em seu formato original com Argentina, Paraguai e Uruguai. Os “hermanos” do Cone Sul não têm o arroz entre os seus hábitos alimentares preferenciais e a produção é exportada entre 75% e 90%. Na temporada 2013/14, a expectativa é de que o Brasil colha perto de 12,5 milhões de toneladas de arroz, portanto, um volume maior do que o consumo. Além disso, tem cerca de 700 mil toneladas em estoques públicos e registrou perto de 1,5 milhão de toneladas em estoques privados na virada do ano comercial. Ou seja, o abastecimento está garantido com sobras.
Ainda assim, pela liberalidade do acordo comercial e a competitividade do arroz dos países vizinhos, que têm custos de produção mais baixos, em alguns casos produzidos por brasileiros ou empresas de capital verde-amarelo, espera-se que 1 milhão de toneladas de arroz, em base casca, ingressem no Brasil entre março de 2014 e fevereiro de 2015. Esse movimento gera uma pressão de oferta, que historicamente forçou a baixa dos preços do arroz. A solução encontrada pela cadeia produtiva nacional para evitar essa pressão foi exportar, e em volumes maiores do que os da importação. Nos últimos anos, vem dando certo, apesar de constituir-se quase em uma concorrência desleal em alguns momentos.
Dependendo do cenário de câmbio, oferta e preços internacionais, por exemplo, uma tonelada de arroz beneficiado no Uruguai ou da Argentina pode chegar por até 100 dólares abaixo da cotação final do arroz gaúcho em Recife (PE) ou Fortaleza (CE), via navegação de cabotagem, especialmente por diferenças tributárias e custos de produção e a menor burocracia para operar. Na atual temporada, o Mercosul deverá colher 16 milhões de toneladas, com acréscimo de 5%. O Uruguai, com aumento significativo nos custos e um clima muito desfavorável em algumas regiões produtoras, é o único que deve reduzir a produção: Argentina, Brasil e Paraguai aumentaram.
FIQUE DE OLHO
Cerca de 43% das importações brasileiras em 2013/14 foram de arroz paraguaio. O volume deverá chegar a 50% na atual temporada. Este mercado abastece especialmente o Centro-oeste, além de empresas de São Paulo, do Paraná, Minas Gerais e Goiás. A Argentina e, especialmente, o Uruguai vêm buscando terceiros e mais valorizados mercados. Entenderam que a pressão de oferta sobre o Brasil acaba se voltando contra eles próprios.
1 Comentário
Gostaria de poder copiar alguns artigos da revista, pois estou fazendo um trabalho da faculdade sobre o arroz.
Obrigada