Melhor de 10
Produção catarinense
será a melhor dos últimos anos, apesar do clima
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Em termos de produtividade, ele explica que o produto colhido, de uma maneira geral, tem apresentado um rendimento médio que varia entre 7 mil e 8 mil quilos por hectare, dependendo da região produtora. “Entretanto, há casos de municípios produzindo entre 11 e 12 mil quilos por hectare”, observa. O que trouxe certa apreensão aos produtores do estado durante esta safra, segundo o analista, foram fatores climáticos adversos, como o forte calor registrado durante a segunda quinzena de janeiro e a primeira semana de fevereiro, quando as temperaturas ficaram bem acima da média histórica.
“Também tivemos a ocorrência de chuva com forte intensidade na segunda quinzena de janeiro em municípios como Agronômica, Rio do Oeste e Taió e, na segunda quinzena de fevereiro, em Araranguá, Passo de Torres, Santa Rosa do Sul, Sombrio, Criciúma, Içara, Morro da Fumaça e Braço do Norte. Já na primeira quinzena de março, a queda de granizo em Rio do Campo acabou comprometendo até 40% do cereal. Mas, de maneira geral, as perdas foram localizadas”, descreve Vieira. Esta análise é compartilhada pelo vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina, Rui Geraldino Fernandes. “Embora o percentual das perdas nas lavouras ainda não tenha sido apurado, a expectativa do setor produtivo é de uma safra dentro da normalidade, com volume superior a 1 milhão de toneladas”, prevê o dirigente.
Com o término da colheita previsto para a primeira quinzena de maio e com o aumento da produção, o mercado permanece comprando o estritamente necessário. Por outro lado, o segmento produtivo oferta pouco na expectativa de preços melhores nos próximos meses. Desta forma, os preços têm se mantido praticamente estáveis. Marcelino Vieira informa que, no produtor, a saca de 50 quilos do cereal vem sendo negociada no litoral norte catarinense e Alto Vale a R$ 33,00, enquanto na região sul catarinense, entre R$ 33,00 e R$ 34,70. “Seguindo o comportamento do mercado nacional do produto, a tendência é de que os preços recebidos pelo produtor catarinense comecem a dar algum sinal mais expressivo de valorização do grão a partir da segunda quinzena do mês de maio”, estima o analista.
Na avaliação de Rui Geraldino Fernandes, embora os preços venham se mantendo firmes, com tendência de elevação, ainda não impactam positivamente na renda do produtor. “Em comparação com o Rio Grande do Sul, o custo de produção em Santa Catarina acaba sendo maior porque nossas lavouras são conduzidas por pequenos produtores familiares em pequenas propriedades. A diferença está nos custos variáveis para aqueles produtores que arrendam terras, alugam maquinário e contratam mão de obra temporária, por exemplo”, compara. Para discutir esta questão, a Faesc e a Epagri estiveram reunidas com representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no dia 30 de abril, em Tubarão, buscando justamente levantar o real custo para se produzir uma saca de arroz no estado.
“Entendemos que o preço mínimo para se produzir 137 sacas de arroz por hectare não pode ser inferior a R$ 32,00, se não é prejuízo”, considera o dirigente. Atualmente, o preço mínimo do arroz irrigado pago pelo governo federal aos produtores gaúchos e catarinenses, responsáveis por mais de 70% da produção brasileira do cereal, está em R$ 25,80.