Até quando esperar

Dizem os sábios que a safra só termina se o arroz está completamente comercializado e gerou renda ao agricultor. Quando o Sul do Brasil recém-encerra as operações de colheita, a cadeia produtiva já sabe que esta não será a realidade de boa parte dos orizicultores. Aumento de custos, perdas climáticas, avanço do endividamento e dificuldade de acesso ao crédito tornam esta temporada ainda mais difícil do que se projetava inicialmente.

Quem colheu bem poderá comercializar e obter renda, que, afinal, é o objetivo da atividade empresarial seja qual for a escala ou dimensão. É preciso investir incessantemente em recursos ou conhecimento para se obter melhores produtividades e ganhos por unidade. Somente assim se pode fazer frente a uma conjuntura cada vez mais complexa, difícil de superar.

Menos mal que o cenário internacional se mantém positivo ao arroz brasileiro e as exportações estão conseguindo desatar o nó górdio dos excedentes do Mercosul que se concentravam no Brasil até bem pouco tempo. A relação de oferta e demanda ajustada promete manter preços em patamar mais elevado, se o câmbio não mudar as atuais tendências. O anúncio de alguma evolução nos seguros das lavouras e o início da construção de um seguro para renda por parte do governo também são boas notícias, assim como a descoberta de novos meios no sentido de ampliar o seu consumo no mercado local.
Equilíbrio é a palavra desta temporada.

Entre oferta e demanda, custos e investimentos, renda e preços ao produtor e ao consumidor. A pesquisa também está fazendo a sua parte, lançando produtos capazes de agilizar o resultado das tecnologias e gerar renda. Nesta edição, entre outros avanços, destacamos o esforço dos pesquisadores de diversos segmentos e organismos nacionais em busca de soluções para a brusone, doença que multiplicou por 348% o custo das lavouras com fungicidas nos últimos cinco anos, e nem assim se reduziu de forma significativa as perdas. O arrozeiro não aguenta mais esperar por renda.

Boa leitura, e uma boa safra!

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