Queda livre

Produção brasileira
encolhe ainda mais
e acende alerta
para a demanda de importações
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Com uma queda de mais 200 mil toneladas diante da estimativa realizada em junho, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou em julho último que a safra brasileira 2015/16 ficaria em 10,471 milhões de toneladas, uma queda oficial de 15,8% no volume colhido comparado com as 12,436 milhões de toneladas colhidas na temporada 2014/15. Ficaria, pois essa edição foi fechada no início de agosto, antes da atualização da pesquisa pela empresa do governo. A expectativa era de uma nova retração.

O percentual de quebra divulgado em julho é quase idêntico ao do Rio Grande do Sul, que alcançou 16%, segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), mas o levantamento apresenta significativas reduções também em grandes estados produtores, como Mato Grosso e Maranhão. Em Santa Catarina, apesar de perdas pontuais em lavouras do nordeste do estado, no sul houve boa produtividade, que compensou em parte as perdas. A soca, ou rebrote, produzida na região das perdas ajudou. Com isso, a Conab estima que a queda produtiva no segundo maior estado produtor do Brasil não passou de meio ponto percentual, colhendo 1,052 milhão de toneladas.

O Tocantins foi o único estado do Top 5 brasileiro com safra maior: 2,2%. Foram 618,5 mil toneladas colhidas na região onde mais cresce a lavoura orizícola. O aumento de 4,1% da área foi o responsável pelo avanço, uma vez que a produtividade caiu de 4.745 para 4.661 quilos/ha.

Segundo a Conab, a retração da safra brasileira tem forte representatividade da área cultivada, que encolheu 13,9% na temporada, para 1,976 milhão de hectares. No ciclo anterior foram semeados 2,295 milhões de hectares. A menor produtividade também ajudou a diminuir a safra: o rendimento médio por hectare ficou em 5.299 quilos, ou 2,2% a menos do que os 5.419 quilos por hectare obtidos no ano passado.

A Conab estima uma queda de 15,2% para a produção gaúcha, projetando que a colheita que só foi concluída em maio alcançou 7,316 milhões de toneladas numa área semeada de 1,076 milhão de hectares. A superfície plantada foi 3,9% menor do que os 1,12 milhão de hectares da colheita 2014/15. A média produtiva indicada na pesquisa é de 6,8 mil quilos por hectare, diante dos 7,7 mil quilos obtidos na temporada anterior.

Já o Mato Grosso registra uma redução de 40,6% no volume colhido sobre a safra anterior, de 612,6 mil toneladas para 364,1 mil. A queda se deve à redução de área (32,7%) e da produtividade (11,7%). Além de optar pelo milho no lugar do arroz em safrinha, o Mato Grosso optou pela soja no lugar do arroz na safra tradicional de verão. Para piorar o quadro, o atraso nas chuvas e os veranicos no ponto de floração afetaram a produtividade. Além da competição por área com outras culturas de maior liquidez, facilidade de manejo e menor custo de produção no Brasil Central, a falta de rentabilidade, dificuldade de acesso ao crédito e, por fim, o clima foram determinantes para a redução produtiva.

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