Plano Safra 2017/2018: juros devem ser reduzidos

O Ministério da Agricultura até já cedeu seu apetite ao propor recentemente ao Ministério da Fazenda prazos menores para pagamento das operações de crédito rural.

À medida que as negociações dentro do governo federal se aproximam de uma definição em torno do Plano Safra 2017/2018, previsto para ser lançado até o fim de maio, a equipe econômica já sinalizou que aceita reduzir em pelo menos 1% as taxas de juros das linhas de financiamento para investimento a juros controlados. Isso significa que os juros recuariam para o nível de 7,5% ao ano para a maioria das linhas de investimento, a exemplo do PCA, destinado à armazenagem. Apenas uma linha da Moderfrota, que é mais cara e oferece uma taxa de 10,5% ao ano na atual safra, a de 2016/2017, passaria ter juros de 9,5% ao ano, conforme o desenho proposto até agora. Mas, o Ministério da Agricultura acredita há espaço buscar por juros ainda menores. A Pasta vem insistindo, desde o início das negociações, em janeiro, numa queda 2% tanto para as linhas de investimento quanto para as de custeio.
 
O Ministério da Agricultura até já cedeu seu apetite ao propor recentemente ao Ministério da Fazenda prazos menores para pagamento das operações de crédito rural. As reuniões entre técninos de governo acontecem quase que diariamente para acertar os detalhes finais. Mas as discussões estão acaloradas e, assim como o ministro Blairo Maggi, da Agricultura, não abre mão de juros mais baixos, o ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, faz questão de enfatizar as restrições fiscais que impedem o Tesouro de gastar mais do que R$ 8,7 bilhões em equalização das taxas de juros do crédito rural em 2017/2018. A equipe econômica se vale de um estudo do Banco Central, segundo o qual, para cada redução de 1% na taxa de juros do Plano Safra, o Tesouro precisaria desembolsar R$ 2,5 bilhões em gastos com equalização.
 
A decisão final, no entanto, sempre invade o campo político e depende dos ministros envolvidos no assunto para a definição final. Mas, enquanto Blairo Maggi ainda se encontra em viagem ao Oriente Médio para tentar restaurar a confiança de países importadores na qualidade da carne brasileira, após a Operação Carne Fraca, Meirelles está na lista dos ministros que terão a árdua missão de acalmar os mercados diante da crise instalada no governo depois das denúncias contra o presidente Michel Temer. No setor do agronegócio, é grande a expectiativa de que a Conselho Monetário Nacional (CMN) já defina novos juros e novo volume de recursos a juros controlados em sua próxima reunião, marcada para próxima quinta-feira (25/05). Por isso, os técnicos do governo querem pelo menos encerrar até o fim desta semana as tratativas técnicas para adiantar as regulamentações necessárias para viabilizar o próximo Plano Safra. Fonte: Valor Econômico.

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