Produtividade do arroz aumenta 21%

 Produtividade do arroz aumenta 21%

Tatsch, do 5º Nate, observou que os produtores do grão superaram dificuldades

Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz mostram que os orizicultores estão produzindo mais em áreas menores.

Os resultados da última safra na região de abrangência do 5º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nate), do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), foram apresentados nessa sexta-feira, durante o 10º Seminário do Arroz Irrigado. Conforme dados apresentados pelo chefe do Nate, Ricardo Tatsch, apesar das dificuldades enfrentadas, os produtores dessa área conseguiram uma boa produtividade – em média, 7.528 quilos por hectare no ciclo 2016/2017, com destaque para Pantano Grande, que fechou em 8.392 quilos/ha. Considerando que na safra anterior, na qual houve grande frustração devido às enchentes, a produtividade média ficou em 6.189 quilos/ha, o aumento foi de 21,6%.

Tatsch relatou que os produtores da região do 5º Nate enfrentaram muitas dificuldades na safra 2016/2017, principalmente em outubro e novembro do ano passado, com chuvas muito acima do normal, que acabaram atrasando um pouco a semeadura. No entanto, ainda conseguiram contornar esses obstáculos e semear quase 70% da lavoura até 15 de novembro, período preconizado. “Consequentemente, tivemos uma produtividade boa e uma produção acima do que se colheu no ciclo 2015/2016, mesmo com a redução da área em relação a 2014/2015”, ressaltou.

A quantidade de arroz produzido nesse Nate na última safra (99.440 toneladas) ficou acima da registrada na de 2015/2016 (69.471 toneladas) e abaixo da que se verificou no ciclo 2014/2015 (105.378 toneladas). “Foi longe de uma supersafra. O que está ocorrendo é que os produtores estão reduzindo suas áreas e aumentando a produtividade. Então, a produção final acaba se mantendo ou até diminuindo.” Os principais motivos da diminuição da área são a infestação por arroz vermelho e a baixa rentabilidade da lavoura de arroz. Em função disso, os agricultores escolhem as melhores áreas para plantar e deixam de lado as desfavoráveis, fazendo rotação com soja em área de várzea e procurando aumentar a produtividade.

Tatsch disse que a área plantada na última safra se manteve praticamente a mesma da anterior, mas é mais de mil hectares inferior à do ciclo retrasado (2014/2015). O 5º Nate abrange os municípios de Rio Pardo, Pantano Grande e Passo do Sobrado, mais a parte norte de Encruzilhada do Sul. O Seminário de Arroz Irrigado ocorreu no Parque de Exposições Apelles de Quadros, junto à 52ª Expofeira.

Programação

A 52ª Expofeira, em Rio Pardo, começou nessa sexta-feira e tem continuidade no fim de semana no Parque Apelles de Quadros. No primeiro dia, um dos eventos foi o Encontro de Mulheres Produtoras Rurais, que contou com duas palestras, mais uma exposição de fotos sobre os valores do meio rural. A primeira palestra teve como tema o bem-estar animal e manejo de campo nativo. O da segunda foi Mulher, você é única. O encontro foi realizado pela Comissão de Produtoras do Sindicato Rural e Senar.

Neste sábado pela manhã, haverá a 3ª Olimpíada das Mulheres Rurais, a entrada de cavalos crioulos para a exposição morfológica e o início do julgamento morfológico, à tarde. Às 10 horas, abertura oficial da Expofeira, e às 14 horas, mateada. No domingo, às 14 horas será realizada a exposição de cães ovelheiros, além de mateada. O evento, que também tem outras atividades, está aberto ao público das 9 às 20 horas. A entrada é gratuita.

Especialistas dizem que o preço da saca vai aumentar

O diretor comercial do Irga, Tiago Barata, ao tratar sobre o mercado de arroz, disse que a expectativa dos principais analistas é de preços um pouco mais firmes e até maiores no segundo semestre em relação ao ano passado. Atualmente, o preço pago ao produtor pela saca de 50 quilos está em R$ 39,80 – valor considerado insuficiente para cobrir o custo de produção, considerado um dos fatores que mais prejudicam a rentabilidade.

Barata observou que, levando em consideração o custo médio de produção calculado pelo Irga, a produtividade média no Rio Grande do Sul e os preços médios anuais, o produtor de arroz no Estado acumulou um prejuízo de 68,7 sacas por hectare nos últimos 13 anos. Hoje, no Rio Grande do Sul, o custo de produção está em R$ 7.095,00 por hectare. “A lavoura gaúcha tem o custo mais alto entre os principais produtores mundiais de arroz e o preço mais baixo ao consumidor. Precisamos trabalhar para reduzir custos.” Segundo o diretor, a redução de custos implica em melhorar as questões tributária, logística e gerencial.

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